São Paulo – Na semana em que o governo federal anunciou a elevação de impostos como parte do ajuste fiscal para este ano, o candidato da oposição na última eleição, senador Aécio Neves (PSDB-MG), acusou a presidente Dilma Rousseff de ser irresponsável ao não admitir antes a gravidade da situação do país, em vídeo postado no Facebook, ontem. “Faltou à então candidata Dilma Rousseff a responsabilidade para admitir a gravidade da crise econômica, a gravidade da crise do setor elétrico, para tomar as medidas necessárias para minimizar seus efeitos”, disse Aécio, que acusou a petista de mentir aos brasileiros durante a campanha.
Na opinião de Aécio, a presidente Dilma, ao adotar medidas amargas para tentar solucionar a crise, não deixa claro aos brasileiros que a situação é culpa de seu governo. “Falta coragem à presidente da República para, olhando nos olhos dos brasileiros, dizer que as medidas que estão sendo tomadas são consequências dos inúmeros equívocos de seu governo”, criticou o tucano.
O senador ressaltou ainda que o aumento de impostos renderá cerca de R$ 20 bilhões anuais aos cofres públicos. Durante o período eleitoral, a campanha de Dilma Rousseff dizia que Aécio, caso vencesse as eleições, tomaria “medidas impopulares”. Dilma ressaltou várias vezes seu compromisso com o emprego, a renda e os direitos trabalhistas.
Também ontem, o PSDB, presidido por Aécio, divulgou um artigo em que critica as recentes decisões tomadas pelo governo Dilma. O texto afirma que a presidente promove um “impostaço” e não poupa sequer o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, de cutucadas.
Intitulado “O ‘impostaço’ diabólico de Dilma e Levy”, a análise sustenta que, para endireitar a economia que ela mesma “desvirtuou”, a presidente opta agora pela trilha do ajuste recessivo, penalizando os cidadãos, prejudicando os trabalhadores e esfriando ainda mais a já “anêmica” atividade produtiva no país. “Nada de uma reformulação estrutural no sistema tributário que aliviasse a carga de quem ganha menos e incentivasse a produção. Nada, também, de medidas de racionalização dos gastos, de diminuição da máquina pública, de uma reforma agrária no imenso latifúndio improdutivo que é seu paquidérmico ministério de 39 pastas”, afirma o partido no artigo.
O texto diz que a presidente se recolhe enquanto as maldades “saltam aos borbotões”. Cita o fato de que, há um mês, Dilma não dá entrevistas à imprensa, deixando para Joaquim Levy a função de porta-voz das más notícias. E questiona se é Dilma ou o ministro da Fazenda quem manda no País no momento. Em seguida, contudo, finaliza com uma resposta crítica a Dilma e a Levy. “Ambos, porém, mostram-se dispostos a fazer o diabo da vida dos brasileiro.”.