Em conferência promovida pela GO Associados, com o tema "Desafios e cenários para a política econômica brasileira", o tucano disse que faria um ajuste muito mais amplo, com foco na revisão de todos os contratos governamentais, à exemplo do que realizou quando assumiu a Prefeitura de São Paulo, em janeiro de 2005.
Apesar da crítica, Serra disse que os sinais que a nova equipe econômica deu a curto prazo foram bem sucedidos, "porque o pessimismo é menor."
Na sua avaliação, apesar de não ser fácil fazer um ajuste fiscal em um cenário como o que o Brasil atravessa, sempre existe margem para comprimir os gastos governamentais.
E disse que "humildemente" fazia essa sugestão à equipe econômica do governo petista, porque é uma forma de reduzir custos. "Tem até decreto pronto e dá pra fazer um manual de ajuste fiscal com tudo que pode ser feito", afirmou.
Ao iniciar a conferência, o senador eleito disse que não foi surpresa alguma ver que a presidente Dilma Rousseff adotou, no início de seu segundo mandato, as medidas que o PT repudiou na campanha presidencial.
Nas críticas à gestão do partido adversário, Serra disse que "o estilo petista jamais se preocupou com custo, pois o dinheiro não é deles", e citou o caso do escândalo envolvendo a Petrobras. Outra crítica foi feita a um dos projetos do PT, o trem bala, a quem serra classificou de "loucura, alucinação e insanidade."
Falta debate
Na conferência, o senador eleito pelo PSDB de São Paulo manifestou sua preocupação com a falta de debates sobre os rumos da economia do País a médio e longo prazos.
"Eu fico pasmo porque mais grave do que não ter rumos é não ter debate nacional sobre rumos." Serra disse ainda que o governo federal deveria eliminar a isenção de tributos sobre compras de até 50 dólares. "Isto tem papel devastador sobre a economia doméstica, todo consumo que não gera emprego ou receita tributária é ruim. E para a concorrência é fatal.".