O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), nomeou nesta sexta-feira, 23 a nova diretoria da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), substituindo praticamente todo o grupo ligado ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) que participava do comando da principal estatal mineira. Entre os diretores que perderam o cargo está inclusive um primo do tucano, Frederico Pacheco de Medeiros, que ocupava o posto de diretor de Gestão Empresarial.
Medeiros participava do governo mineiro desde 2003, quando Aécio assumiu seu primeiro mandato no Executivo estadual, e foi mantido com os sucessores, o também senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) e Alberto Pinto Coelho (PP). Antes da diretoria da Cemig, ele já havia ocupado os cargos de secretário adjunto de Governo e secretário Geral do governador.
Ao mesmo tempo em que retirou aliados dos tucanos da direção da estatal - que tem ações negociadas até na bolsa de Nova York -, Pimentel nomeou integrantes de seu próprio grupo para postos de destaque. É o caso do engenheiro Eduardo Lima Andrade Ferreira, de 33 anos. Filho do vice-governador Antônio Andrade (PMDB), Ferreira assumiu a presidência da Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig), controlada pela empresa de energia.
"Ele (Ferreira) foi eleito por um conselho absolutamente independente, que tem toda autonomia. Não há qualquer irregularidade", declarou o economista Mauro Borges, que assumiu a presidência da Cemig.
Nenhum dos principais ex-ocupantes dos cargos acompanhou a posse da nova diretoria. Entre as ausências, a mais notada foi a do ex-presidente Djalma Morais, aliado do ex-governador Itamar Franco. Ministro na gestão de Itamar na Presidência da República (1992-1994), Morais foi nomeado para comandar a Cemig quando o então peemedebista assumiu o governo de Minas, em 1999.
"Vamos destacar aqui, embora na ausência dele, o presidente Djalma Morais, que soube conduzir a empresa nestes últimos 16 anos e fazer essa transição de transformar uma empresa que era estadual, quase provinciana, numa potência que hoje vai além das fronteiras do Brasil", afirmou Pimentel, lembrando a extensão dos negócios da Cemig. "Reconhecer o trabalho e emprenho é questão de Justiça", concluiu o governador..