A eleição para quem vai comandar o Senado e o Congresso ocorrerá daqui a dez dias e Renan - que ainda não oficializou seu nome - é franco favorito para permanecer mais dois anos no cargo. O Palácio do Planalto tem apoio a permanência do peemedebista no posto, desde que, até a eleição, não seja investigado ou denunciado pela Procuradoria-Geral da República por envolvimento na Operação Lava Jato.
O atual presidente do Senado foi um dos 28 citados, conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo, pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa em sua delação premiada.
A oposição e os independentes discutem o lançamento de um peemedebista como Ricardo Ferraço (ES), Luiz Henrique (SC) e Garibaldi Alves Filho (RN). Querem, ao indicar um nome do PMDB, respeitar a tradição do Senado segundo a qual a maior bancada tem a primazia de indicar o presidente para votação. As conversas, contudo, ainda são bastante embrionárias e a maioria delas têm ocorrido pelo telefone. Elas devem se intensificar nos próximos dias, mas ainda não está agendado nenhum ato conjunto para definir uma candidatura.
"Não dá para ser mais o Renan.
Mesmo com chances reduzidas de prosperar, a intenção do grupo é que o candidato oficial do PMDB não seja o atual presidente do Senado. Mas, se a bancada peemedebista lançar Renan como candidato, tentar convencer outro nome do PMDB a sair avulso.
O ex-presidenciável tucano Aécio Neves tem conversado nos últimos dias com potenciais peemedebistas que poderiam ser candidatos, como Ricardo Ferraço e Luiz Henrique. Esse último, aliás, afirmou ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que está "muito sensibilizado" com o apelo que tem recebido para sair candidato de "quase todos os partidos".
"O que eu sinto é que não há um sentimento de ter uma candidatura de oposição ou de confronto contra o Renan, mas uma candidatura que represente uma nova construção, que não tenha outro jaez senão o de exprimir um anseio de mudança", afirmou Luiz Henrique.
A atual cúpula do PMDB, ligada a Renan Calheiros, deve retaliar um eventual candidato avulso do partido. A ameaça poderá não ser indicado para comissões importantes, amargando uma espécie de "geladeira política".
Randolfe Rodrigues (Psol-AP) afirmou que, se a estratégia de lançar um peemedebista não vingar, o grupo lançará uma candidatura para marcar posição. Ele disse que não deseja ser o candidato, mas, se ninguém topar, sairá mais uma vez postulante. "Prefiro que tenha algum nome, surja algum nome que não seja o meu, dos independentes, da alternativa. Se não nenhum topar, em último caso, apresentarei a minha candidatura", disse..