Vídeo leva Cunha ao Ministério da Justiça

Jorge Macedo - especial para o EM
Na terça-feira, o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que disputa a Presidência da Câmara dos Deputados, vai se encontrar com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para tratar sobre as gravações que, segundo ele, teriam o objetivo de atrapalhar a sua candidatura.
O deputado entregou os áudios ao ministério no último dia 20. Ontem, a Folha de S. Paulo publicou matéria em que perito da Polícia Federal identifica indícios de “armação”. “Está claro, como eu sabia, que aquilo era uma montagem”, disse Cunha, antes de receber homenagem na Câmara Municipal de Belo Horizonte.

Embora tenha afirmado que a gravação seria uma tentativa da cúpula da PF de atingi-lo em benefício do candidato petista, o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), Cunha negou estar acusando o governo. “Se estivesse acusando o governo, não teria entregue (a gravação) ao governo. Relatei o que me falaram”, disse. Cunha preferiu não tornar público o conteúdo do seu depoimento para não expôr nomes sem qualquer prova.
“Não dá mais para, em todo processo eleitoral, aparecerem coisas dessa natureza. Mas não fiz qualquer acusação. Diferentemente de muitos, eu não acuso sem provas”, afirmou.

Na gravação, que um policial federal teria entregue a Cunha, um homem que seria da PF faz chantagem com um suposto aliado do deputado. Em um trecho ele diz: “Se eu ficar abandonado, vou jogar a merda no ventilador. Está todo mundo enchendo a burra de dinheiro e eu estou abandonado e duro, sem grana”. Cunha afirma estão sendo vítima de “alopragem” pela segunda vez. Isto porque o deputado federal também foi citado em depoimento do policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, no processo da Operação Lava-Jato..