Nos últimos 12 anos, estiveram à frente da Associação Mineira de Municípios (AMM) e da maioria das 42 associações microrregionais filiadas a ela prefeitos ligados ao PSDB e ao PP. A vitória do Partido dos Trabalhadores na eleição para o governo estadual nas eleições tende a provocar mudanças também no comando partidário das entidades. A eleição da nova diretoria da AMM está marcada para março e já surgiram dois candidatos declarados à presidência da associação do “campo” do governador eleito Fernando Pimentel: os prefeitos peemedebistas Rodrigo Vieira (Itajubá) e Antônio Julio (Pará de Minas). O petista Gilmar Machado, prefeito de Uberlândia, também ensaia para entrar no páreo. Atualmente, a AMM é presidida pelo tucano Antônio Andrada (Barbacena), que disse ainda não sabe se vai concorrer para um segundo mandato.

No Norte de Minas, nos últimos 12 anos, a Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amams) foi chefiada por prefeitos vinculados ao grupo político do senador Aécio Neves (PSDB). Neste mês, passou para o comando de um prefeito do PT, que tem dois vices-presidentes que também são aliados de Fernando Pimentel.

O atual presidente da AMM, Antônio Andrada, disse que ainda está “avaliando o quadro político” e, até o momento, não se decidiu se vai concorrer a um novo mandato na entidade. Ele afirma que sempre manteve um bom trânsito com os petistas e que, por isso, acha que, mesmo sendo do PSDB, se continuar à frente da AMM, não terá dificuldades para dialogar com Pimentel. Andrada salienta que a Associação Mineira de Municípios, mesmo buscando o diálogo com os governos, deve atuar sempre com independência, em defesa dos interesses dos municípios.

O prefeito de Uberlândia, Gilmar Machado (PT), pretende entrar na disputa da AMM, contando com o apoio de outros prefeitos petistas. Procurado, Machado mandou dizer, via sua assessoria, que, por enquanto, prefere não falar sobre o assunto. Ele, porém, pode vir a ser o candidato do Palácio da Liberdade na disputa pela presidência da associação.

RENOVADA O prefeito de Itajubá, Rodrigo Rieira (PMDB), anunciou que já está se articulando para disputar a presidência da AMM em março e não faz nenhuma questão de esconder: quer contar com o apoio do novo governo estadual. “Gostaria de contar com o apoio do governador Pimentel para que possamos desenvolver um trabalho de defesa dos interesses dos municípios”, diz Rieira, lembrando que já conta com o aval do vice-governador eleito Antonio Andrade, seu correligionário. Além disso, tem como “padrinho” o deputado federal Odair Cunha (PT), nomeado secretário de estado de Governo e que tem base eleitoral na região de Itajubá, onde foi apoiado pelo prefeito da cidade.

Rodrigo Rieira elogia o trabalho de Antônio Andrada à frente da AMM. Por outro lado, diz que a associação “precisa de uma nova oxigenação”, numa referência ao fato de a entidade ter sido comandada nos últimos 12 anos por pessoas do campo político do PSDB. Ele disse ainda que Associação Mineira de Municípios precisa de um dirigente que tenha um bom relacionamento com o PT e com o PSDB, ao mesmo tempo. “Acho que, pelo fato ser do PMDB, eu tenho condições de exercer esse papel de equilíbrio entre oposição e situação”, afirmou o prefeito de Itajubá.

Dentro do próprio PMDB, Rieira tem um concorrente que também postula o comando da Associação Mineira de Municípios: Antônio Julio, prefeito de Pará de Minas (Região Central), ex-deputado estadual e que acumula a experiência de ter presidido a Assembleia Legislativa. Ele disse que tem recebido manifestações de um grupo de prefeitos peemedebistas que incentivam sua candidatura, que somente será oficializada após uma conversa que terá com o atual presidente da AMM. “Pois pertenço à diretoria dele”, explica. Por outro lado, o prefeito de Pará de Minas assegura que entende que, com a troca no governo estadual, “também está na hora de mudar o comando da AMM”. Ele disse que, se for eleito para a presidência da associação de municípios, vai procurar ter, ao mesmo tempo, independência e boa relação com o governador Fernando Pimentel. “A ideia é ter um bom trânsito com o governo do estado, mas sem ficar debaixo do chicote.”.