De acordo com o advogado Edson Ribeiro, defensor de Cerveró, ele “será contundente” ao responsabilizar o Conselho de Administração da Petrobras pela compra da refinaria de Pasadena, no Texas, em 2006, que resultou em um prejuízo de US$ 792 milhões à empresa, de acordo com o Tribunal de Contas da União (TCU). Segundo a presidente Dilma Rousseff, ela se baseou em um “parecer falho” feito por Cerveró ao votar pela aprovação do negócio, quando comandava o Conselho de Administração da Petrobras.
Enquanto atacou a petista, Cerveró também se tornou alvo de mais denúncias. O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, um dos delatores do esquema de pagamento de propina em troca de contratos com a petrolífera, disse que Cerveró pode ter recebido entre US$ 20 milhões e US$ 30 milhões de propina no processo de compra de Pasadena. Costa admitiu ter recebido US$ 1,5 milhão para “não atrapalhar” o negócio. O trecho do depoimento dele à PF foi revelado pelo juiz Sérgio Moro para justificar nova prisão preventiva a Cerveró na quinta-feira.
Um dia antes, na quarta-feira, foi a vez de o executivo Gerson Almada, da construtora Engevix, disparar contra o governo.
PRESSÃO “O pragmatismo nas relações políticas chegou, no entanto, a tal dimensão que o apoio no Congresso Nacional passou a depender da distribuição de recursos a parlamentares”, registra um trecho da petição. O texto diz ainda que Paulo Roberto Costa e os demais integrantes do esquema coagiram as empreiteiras, ameaçando-as. “O que ele fazia era ameaçar, um a um, os empresários com o poder econômico da Petrobras. Prometia causar prejuízos no curso de contratos”, diz outro trecho.
O Palácio do Planalto evitou comentar ataques específicos na semana passada. Coube ao ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Pepe Vargas, repetir a linha de defesa da presidente Dilma e da base. Na terça-feira, ele disse, mais uma vez, que não é necessária a criação de outra CPI da Petrobras no Congresso..