"Os instrumentos de delação premiada na denominada operação Lava-Jato são da mais marcada ilegalidade, da forma ao conteúdo, de sua letra, de suas sentenças e parágrafos à estruturação de suas cláusulas. Os decretos de prisão, tão genéricos quanto se apresentam, fazem supor o propósito de encaminhar forçadamente os investigados à confissão dos delitos e à delação de terceiros, instalando uma espécie de terror penal", afirma a defesa de Fernando Soares.
Em parte do documento, os advogados tratam o caso como um justiçamento sumário. "Não são as tesouras e as garras metálicas, os chicotes e as barras de ferro aquecidas, muito próprios da Inquisição, mas um outro modo sutil e cruel: envolvimento de familiares, manutenção sem termo em custódia, apresentação de acusações em doses homeopáticas e perspectiva de condenação a penas desproporcionais, de grande extensão e de extrema gravidade; tudo aparenta um justiçamento sumário, incompatível com o Estado Democrático de Direito".
O grupo de advogados afirma que não teve acesso a íntegras de delações feitas até o momento no processo da Lava Jato. "A jurisdição não se desenvolve sob o sigilo e segredo para os imputados e seus defensores, senão em um processo de natureza inquisitória. Não pode o Juízo impedir a defesa, em momento tão importante e agudo do processo, o conhecimento completo da delação".
A defesa também ataca as provas apresentadas na denúncia contra Fernando Baiano.
Ao final da resposta, os advogados apresentam entre as possíveis testemunhas o ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli..