Deputados 'independentes' formam bloco na Assembleia de Minas

Em almoço com o líder do governo, deputados de cerca de 10 partidos afirmam que grupo de até 31 parlamentares voltado para 'interesses do estado' será formalizado na terça-feira

Isabella Souto
Agostinho Patrus Filho (PV),deputado estadual já escolhido líder do bloco Compromisso com Minas Gerais - Foto: Euler Júnior/EM/D.A Press

De nada têm adiantado as investidas de governo e oposição na busca de aliança com os deputados da chamada linha “independente”. Em almoço ontem que reuniu cerca de 20 parlamentares de 10 partidos que elegeram menos de cinco representantes – número mínimo para formar uma bancada –, o líder do Palácio Tiradentes, Durval Ângelo (PT), foi informado da formação do bloco Compromisso com Minas Gerais, que, nas contas dos deputados, deverá ter entre 21 e 32 deputados. A intenção do grupo é votar os projetos de lei de acordo com os “interesses do estado”.

O encontro de ontem foi marcado pelo mistério. Não foi permitido à imprensa fotografar e nem mesmo foram divulgados oficialmente os nomes dos participantes. Nos bastidores, a informação é que os próprios participantes teriam pedido o sigilo para evitar pressões por parte dos parlamentares da oposição: PSDB, DEM, PP e PDT. Depois do almoço, que durou cerca de duas horas, apenas o já escolhido líder do grupo, Agostinho Patrus Filho (PV), concedeu entrevistas. Segundo ele, o grupo será formalizado na Assembleia Legislativa na terça-feira.



De acordo com Agostinho Patrus Filho, os parlamentares terão uma atuação sem qualquer vínculo com o bloco da situação ou da oposição. “Criou-se uma celeuma que o bloco é para apoiar o governo. Não tem nada disso. Não temos cargos (no governo) e nosso objetivo é caminhar de forma conjunta na Assembleia”, afirmou o deputado. Até porque as legendas dependem dessa união para ter direito a ocupar cargos nas comissões temáticas da Casa.

Na contabilidade do grupo, eles terão pelo menos 21 deputados, número que poderá crescer se os articuladores conseguirem atrair para si o PDT e PTB, que elegeram quatro parlamentares cada um, e o PPS, que tem três representantes. As três legendas têm sido cortejadas pelos governistas para integrar o seu bloco, até agora composto por 26 integrantes do PT, PMDB, Pros, PCdoB e PRB. “Somos partidos com menos deputados cada, se ficarmos juntos teremos uma atuação melhor”, alegou Agostinho Patrus Filho.

O líder do governo, Durval Ângelo, não deu entrevistas. Mas, em sua página no Facebook, comentou: “Caminham bem as negociações para ampliarmos a base governista na Assembleia”. E completou: “Tem sido muito positiva a adesão à base governista de partidos que não compuseram a aliança que elegeu Pimentel. Acredito que as propostas e a transparência da nova gestão tenham sensibilizado parlamentares que apoiaram o governo anterior”.

No post publicado na internet, o deputado do PT informou que também participariam do encontro de ontem os secretários de Governo, Odair Cunha, e da Casa Civil e Relações Institucionais, Marco Antônio Rezende.
No entanto, eles não compareceram. Hoje, Durval deve se reunir com parlamentares da oposição.


Candidatura à presidência

O deputado estadual Antônio Lerin (PSB) anunciou ontem a sua candidatura a presidente da Assembleia Legislativa. Hoje o parlamentar se reúne com colegas de outros partidos na tentativa de formar uma chapa completa para os sete cargos da Mesa Diretora. Um deles é Sargento Rodrigues (PDT), que já anunciou a candidatura avulsa a primeiro-secretário da Casa. “Queremos ser uma alternativa para um Legislativo mais independente e com transparência”, justificou o parlamentar. Até o momento, o PMDB também pleiteia a presidência, com a indicação de Adalclever Lopes (PMDB). A eleição para a Mesa Diretora da Casa será no domingo.

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