Diagnóstico feito pelo governo federal aponta que grande parte da responsabilidade da crise hídrica que afeta São Paulo é do governo do Estado, que recebeu vários alertas do risco de colapso, mas evitou tomar medidas drásticas como o racionamento por causa do período eleitoral. No entanto, o Planalto não pretende incentivar qualquer guerra política, já que o problema não se resume a São Paulo, comandado pelo tucano, e também por temer que este problema possa contaminar o governo federal, embora a distribuição de água seja uma responsabilidade estadual.
O convite a Alckmin foi feito pela presidente Dilma Rousseff. O Planalto tem dado demonstrações que quer construir parcerias e ajudar na elaboração de projetos para minimizar os problemas da população. Por isso, quer conhecer o plano de contingência de Alckmin. Dentro desta ideia, na semana passada, foi anunciada a liberação de R$ 800 milhões para que seja feita a inclusão no PAC das obras de interligação do reservatório Jaguari-Atibainha. A proposta havia sido trazida pelo governo paulista ao federal em dezembro.
O governo federal insiste na necessidade de realização de obras emergenciais porque as que estão sendo apresentadas só darão resultados em médio prazo e a situação é considerada crítica. O governo federal reconhece que janeiro foi um mês frustrante em relação às chuvas, mas lembra que vários relatórios da Agência Nacional de Águas (ANA) e o próprio Departamento de Água e Esgoto de São Paulo apresentaram o problema com antecedência.
Na conversa poderá ser discutida ainda a possibilidade de usar água da represa Billings para abastecer os sistemas Guarapiranga e Alto Tietê, que também sofrem as consequências da seca, proposta apresentada por Alckmin esta semana. Há preocupação no Ministério das Minas e Energia de que esta transposição afete o fornecimento de energia no Estado..