"Joaquim Levy, o novo ministro da Fazenda de Dilma, utiliza-se do cenário econômico internacional mais desafiador para fazer chantagem e avançar a agenda dos banqueiros internacionais. Pretende retomar a agenda de Fernando Henrique Cardoso do PSDB", escreve no artigo que foi originalmente publicado no jornal da corrente. O Trabalho tem um representante, Marcos Sokol, no diretório nacional, ou 1,38% do total.
Handfas, que aparece na lista de filiados ao PT, contraria o discurso do governo de que não há redução de direitos trabalhistas e ataca as medidas anunciadas pela equipe econômica. Ainda na opinião do professor, a redução de subsídios terá como consequência aumentos consideráveis nas contas de água, luz e no preço da gasolina.
O economista se mostra preocupado com a diminuição do papel dos bancos públicos e a "liberalização" do comércio internacional. Para Handfas, isso implicaria no fechamento de empresas e o aumento do desemprego no Brasil. "Tais medidas, se aplicadas, implicarão no fechamento de muitas empresas nacionais e com elas de milhares, senão milhões, de empregos. Mas para o ministro isso é um detalhe com o qual se poderá lidar ajudando as empresas através da redução de seus custos trabalhistas".
Como alternativas, o economista sugere medidas contrárias às que vêm sendo adotadas pela atual equipe, como o "fim da mobilidade de capitais" e a "centralização cambial".
Na contramão do que defende o petista, Joaquim Levy disse hoje que o governo "não quer manter o câmbio valorizado artificialmente". O ministro da Secretaria Geral da Presidência, Miguel Rossetto, negou que haja mudança entre o discurso da campanha e deste início de governo.
A tensão entre quadros do PT e a nova equipe econômica vem marcando o início de segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. As medidas de ajuste fiscal causaram mal estar em diversos setores do partido e geraram críticas públicas de figuras como José Dirceu e do vice-presidente do partido Alberto Cantalice..