Brasília, 30 - O senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG), participa nesta sexta-feira de uma reunião da nova bancada do partido na Câmara para pressionar os deputados a manter o apoio à candidatura de Júlio Delgado (PSB-MG) para a presidência da Casa. Apesar de o PSDB ter declarado em dezembro que trabalharia pela eleição do candidato do PSB, boa parte da bancada dá sinais de que quer voltar atrás e apoiar o peemedebista Eduardo Cunha (RJ), considerado desafeto do governo.
"A minha posição pessoal é muito clara e venho trazer à nossa bancada como presidente do partido. No momento em que existem duas candidaturas da base governista e uma que se coloca como independente, o caminho natural do PSDB é fortalecer a candidatura do deputado Júlio Delgado", disse.
Assim que desembarcou em Brasília, na noite de quinta-feira, Aécio jantou com alguns deputados para reforçar a sua posição. No ano passado, o PSB apoiou Aécio no segundo turno da eleição presidencial.
No Senado, a situação é mais tranquila e o PSDB já decidiu que vai apoiar a candidatura de Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC) para a presidência da Casa. Ele deve disputar a vaga com o atual presidente, Renan Calheiros (PMDB-AL).
"A candidatura do senador Luiz Henrique atende a essa mesma aspiração de não ter um Legislativo acuado, submisso e principalmente submetido às vontades e orientações do Palácio do Planalto", disse o senador.
CPI
Aécio também afirmou que a oposição vai começar já na próxima semana a recolher assinaturas para instalar uma nova CPI para investigar a Petrobras. Ele não descartou, no entanto, que outras frentes de investigações sejam abertas. Nesta sexta, o atual líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy, disse que a oposição vai trabalhar para instalar pelo menos outras três CPIs.
"Nós devemos centrar fileira para já, imediatamente, colher as assinaturas necessárias para a recriação da CPMI da Petrobras, além de outras que estão sendo cogitadas. Mas a prioridade deve ser o Congresso Nacional retomar as investigações em relação aos desvios da Petrobras", disse.