Façam as suas apostas.
Júlio Delgado (PSB), que recebeu o reforço do pito dado na bancada de deputados pelo presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), volta ao páreo. Pode ser o azarão, aquele que ganha competição inesperadamente contra os adversários considerados favoritos. No voto secreto, como é na Câmara dos Deputados, ao contrário da Assembleia Legislativa mineira, tudo pode acontecer.
Se difícil é escolher em quem apostar como vencedor na ferrenha disputa de hoje, muito mais simples e lógico é apontar o derrotado. O governo.
Se Arlindo Chinaglia ganhar, Dilma e o PT poderão cantar a vitória e a força da base, mas vão ficar diante do estigma do velho fantasma da vingança que se come em prato frio do deputado Eduardo Cunha. Se o peemedebista vencer, certamente não será tão subserviente ao Planalto, depois que até ministros foram escalados para minar a sua candidatura.
Se já há um derrotado, é preciso apontar o vencedor. A oposição vai comemorar qualquer que seja o resultado. Se Júlio Delgado for o vencedor, é o melhor dos mundos. Com Arlindo ou Eduardo Cunha, o Palácio do Planalto terá muito trabalho. No comando da Casa ou em plenário.
Água mole...
... em pedra dura, tanto bate até que fura. Demorou, mas começa a cair a ficha da presidente Dilma Rousseff (PT) em relação à permanência de Graça Foster na presidência da Petrobras. Dilma ainda titubeia, mas vários ministros próximos da presidente já não escondem mais a insatisfação. E mais, começaram a fazer pressão para que ela seja demitida o quanto antes. É, com tanta corrupção, com as ações derretendo na bolsa de valores, já vai tarde. Mas no Palácio do Planalto o mote é: antes tarde do que nunca.
O jogo do PR
O PR não perdeu tempo e já definiu o líder do partido na Câmara dos Deputados para este ano.
Amigos fiéis
Depois de fala contundente para o partido na sexta-feira, em que chegou a argumentar que os tucanos não poderiam colocar a digital em um movimento que não se sabe onde vai terminar e pedir o voto em Júlio Delgado (PSB-MG), o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), passou a impressão aos tucanos de conseguir impedir a debandada para outros candidatos. Alguns poucos devem votar em Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na avaliação feita. E pelo menos dois votos tucanos o candidato petista Arlindo Chinaglia (SP) pode ter: os de Jutahy Magalhães (BA) e Caio Nárcio (MG), por causa da amizade do pai, Nárcio Rodrigues, e do baiano com o petista.
PDT na oposição
O deputado estadual Alencar da Silveira Júnior (PDT) perde o amigo, mas não perde a piada. Ele brinca em relação ao governador Fernando Pimentel (PT), dizendo que só agora ele está chegando ao governo. “Eu é que sou governo há muito tempo”, ironiza Alencarzinho, como é chamado pelos colegas.
Caro Carlão
Causou certo mal-estar a ausência do deputado Marcus Pestana (PSDB-MG), que era candidato a líder do PSDB e nem apareceu no dia da escolha de Carlos Sampaio (PSDB-BA), que foi reconduzido ao cargo. Afinal, Pestana tinha enviado carta aos colegas pedindo votos. Pestana, no entanto, fez questão de mandar uma longa mensagem por celular para o colega de partido. Enumerou toda a sua trajetória política, lembrou que foi fundador da legenda e sua experiência parlamentar, que começou em 1982, quando se elegeu vereador. Mas, pelo menos, mostrou intimidade com o novo líder. A mensagem começa assim: “Caro Carlão”.
PINGAFOGO
Pitaco de fora não vale. Mas, desta vez, o Financial Times tem razão. Em sua edição de ontem, cobrou explicações da presidente Dilma Rousseff (PT) sobre o que ela sabia e quando soube dos malfeitos na Petrobras.
O jornal britânico ainda deu mais pitacos. Afirmou que a Operação Lava-Jato da Polícia Federal deve pedir a cabeça dos diretores da empresa e, principalmente, da presidente Graça Foster. E Dilma nada faz.
Si hay gobierno, soy a favor. Este sempre foi o lema do ex-deputado Lael Varella (DEM). Tanto que já convenceu seu afilhado político, deputado estadual Doutor Wilson (PSD), que iria ficar na oposição, a integrar o bloco do governo.
E corre a boca miúda que também o
ex-deputado Alexandre Silveira (PSD-MG) pode tomar o mesmo caminho. O detalhe é que Silveira e Lael Varella são, respectivamente, primeiro e segundo suplentes do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG).
“Orai e vigiai”, diz a Bíblia. “Estamos orando e vigiando”, diz Eduardo Cunha (PMDB-RJ), candidato à presidência da Câmara dos Deputados. Alguém tem dúvida de que ele é evangélico?
O ministro do Esporte, George Hilton, está mesmo em um inferno astral. Escalado pela presidente Dilma para enquadrar os deputados do PRB para votarem em Arlindo Chinaglia (PT-SP), nada conseguiu. A bancada ratificou apoio a Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
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