Escolhidos pelos mais de 15 milhões de eleitores entre 1.199 candidatos, os 77 deputados estaduais eleitos em outubro serão empossados hoje na Assembleia Legislativa para um mandato de quatro anos. O resultado das urnas representou uma renovação de 32,47% na bancada: 52 parlamentares foram reeleitos e 25 são novatos. A solenidade será no Plenário Juscelino Kubitschek, sob o comando do deputado Hely Tarqüínio (PV) – o mais velho entre os eleitos. Entre as autoridades convidadas, estão o governador do estado, Fernando Pimentel, e o presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), desembargador Pedro Carlos Bitencourt Marcondes.
Logo depois da posse, eles participarão da primeira votação em plenário: a escolha dos sete integrantes da Mesa Diretora pelos próximos dois anos. Ao que tudo indica, a disputa será em chapa única, encabeçada pelo deputado Adalclever Lopes (PMDB) para a presidência do Legislativo. Virão do PV, PSDB, PTB, PDT, PT e PSD os demais nomes que comporão a comissão executiva formada com a missão de orientar as atividades do Parlamento. Mas durante a semana surgiram novos nomes: Antônio Lerin (PSB) para presidente e Sargento Rodrigues (PDT) para primeiro-secretário. Na sexta-feira, o socialista desistiu da disputa com a justificativa de garantir a harmonia na Casa. Já Sargento Rodrigues manteve sua posição, mas nos bastidores a posição seria apenas uma forma de pressionar para chegar à presidência da Comissão de Segurança Pública.
E pela primeira vez na história da Assembleia Legislativa, as cédulas de papel serão trocadas pela eleição será aberta, com o registro de cada voto no painel eletrônico do Plenário. O suspense de eleições passadas dará lugar ao resultado em tempo real. Hely Tarquínio anunciará o resultado e empossará o novo presidente da Casa. Já como representante simbólico do Parlamento, o novo presidente empossa os outros integrantes da Mesa e faz o seu discurso, encerrando a solenidade.
Velhos nomes A renovação para esta Legislatura não significa necessariamente novatos na Assembleia. Alguns dos eleitos já têm experiência na política ou receberam a cadeira de herança. É o caso da ex-prefeita de Contagem Marília Campos (PT), que também já cumpriu mandato na Assembleia, e de João Magalhães (PMDB), deputado federal que teve o nome envolvido em esquemas de venda de emendas parlamentares e no ano passado disputou uma cadeira em Minas.
Outro que passou no crivo dos eleitores foi o vereador da capital mineira pelo PMDB Iran Barbosa. Já o ex-secretário de Saúde, Antônio Jorge, conseguiu uma vaga pelo PPS. Muito criticado pelos parlamentares quando ocupou a pasta – eles alegavam que ele invadia as bases e trabalhava com sua atuação para se tornar parlamentar – Jorge conseguiu 92,8 mil, ficando em quarto lugar do blocão dos partidos aliados do governo Antônio Anastasia (PSDB)/Alberto Pinto Coelho (PP).
Entre os parentes de políticos, foi eleita Celise Laviolla (PMDB), que é cunhada do ex-vice-presidente da Assembleia deputado José Henrique, o mais votado do PMDB em 2010 e morto em 2013. Ione Pinheiro (DEM), irmã do ex-presidente da Assembleia, Dinis Pinheiro (PP), também conseguiu uma vaga ao receber o voto de 81,9 mi eleitores. Dinis disputou o cargo de vice-governador na chapa encabeçada pelo ex-ministro das Comunicações Pimenta da Veiga (PSDB), mas foi derrotado no primeiro turno.
Também ocuparão mandatos na Assembleia os filhos do prefeito de Marina, Celso Cotta, o estreante Tiago Cotta (PPS), e do ex-presidente do Legislativo, atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Mauri Torres, Tito Torres (PSDB). O filho do deputado Antônio Gernaro, Leandro Genaro (PSB), é outro que vai substituir o pai a partir de hoje. Do PR, foi eleito o ex-subsecretário de Relações Institucionais do governo de Minas e presidente municipal do partido, Leonardo Portela, filho do deputado federal Lincoln Portela. A irmã do presidente da Câmara de Belo Horizonte, Wellington Magalhães, Arlete Magalhães, foi eleita pelo PTN.
Suplentes Quatro deputados empossados hoje ficarão no Legislativo apenas 24 horas: André Quintão (PT), Paulo Guedes (PT), Sávio Souza Cruz (PDMB) e Tadeu Leite (PMDB). Eles foram escolhidos para comandar secretarias no governo Fernando Pimentel e se licenciarão da Assembleia a partir de segunda-feira para serem oficialmente nomeados no Executivo. Na vaga deles assumirão os primeiros quatro suplentes da coligação que reuniu PT, PMDB, PROS, PRB.
A primeira delas é a petista Geisa Teixeira, que teve 42,2 mil votos, pouco mais de mil atrás do último eleito da coligação e ficou pela segunda vez como primeira da fila na suplência. O segundo é o deputado estadual Tony Carlos (PMDB), que ganhou uma vaga desde 2013 com o falecimento do ex-vice-presidente da Casa, José Henrique (PMDB). João Alberto Lage (PMDB) e a irmã do deputado federal Miguel Corrêa, Cristina Corrêa.