Brasília, 02 - O vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, Michel Temer, disse na noite desta segunda-feira, 2, que a eleição do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para a presidência da Câmara não vai comprometer a governabilidade da presidente Dilma Rousseff no segundo mandato. Segundo Temer, Cunha - considerado um desafeto pelo Palácio do Planalto - quer "realmente colaborar com o Executivo".
"A disposição dele (Cunha) é realmente colaborar com o Executivo, estou dizendo isso porque houve muita matéria (nos jornais) de que haveria divergência entre Executivo e Legislativo e ele sabe que há uma missão institucional e as instituições devem se entender. Não há nenhuma preocupação nessa relação entre Executivo e Legislativo", assegurou Temer a jornalistas.
Temer e Cunha almoçaram nesta segunda-feira no Palácio do Jaburu. Segundo o vice-presidente, durante o encontro foi discutida a "harmonia absoluta entre Legislativo e Executivo" e a fórmula dessa relação. Questionado pelo Broadcast Político se a governabilidade da presidente Dilma Rousseff está mantida no segundo mandato, Temer respondeu: "Seguramente, não tem a menor dúvida".
"A Constituição determina a independência e a harmonia entre os poderes e é isso que vai ser executado. Os projetos do governo terão nosso patrocínio e terão a compreensão da Câmara dos Deputados e nenhuma objeção, a não ser quando seja pra melhorar o projeto. Não tenho dúvida disso", comentou o vice-presidente.
Convicção
Indagado sobre declarações de Cunha, que se considera "independente", Temer ressaltou que a "independência está ligada à ideia da harmonia". "Ele (Cunha) tem consciência disso. Tenho absoluta convicção de que fará gestão muito útil pro parlamento e pra relação institucional entre os poderes de Estado."
O vice-presidente evitou comentar se o PT errou ao insistir na candidatura de Arthur Chinaglia para rivalizar com Cunha. "Cada partido tem a sua forma de agir, é claro que o PT tinha um candidato que era um belíssimo candidato. Os deputados escolheram quem neste momento eles achavam que melhor poderiam conduzir o destino da Casa", avaliou o vice-presidente, que definiu como "águas passadas" o processo eleitoral da presidência da Câmara.