"Eu vi uma ou duas vezes", disse ao ser questionada se tinha visto algum político no escritório de Youssef, situado à rua Renato Paes de Barros, no Itaim, zona sul de São Paulo.
Ambos são ex-parlamentares e, portanto, não possuem foro privilegiado. Não é a primeira vez que os seus nomes aparecem envolvidos na Lava Jato. Negromonte foi citado na delação premiada do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, como um dos beneficiários do esquema de propina da estatal. Além disso, seu irmão, Adarico Negromonte, é réu na Justiça Federal acusado de atuar como o transportador de dinheiro para Youssef.
Vargas, que também foi expulso do PT, teve seu mandato cassado pela Câmara no final do ano passado por quebra de decoro parlamentar devido ao seu envolvimento com Youssef. Ele apareceu em trocas de mensagens com o doleiros interceptadas pela PF, fez lobby para o laboratório Labogen, utilizado por Youssef para fazer remessas ao exterior, no Ministério da Saúde e ainda utilizou um avião fretado pelo doleiro para viajar de férias com a família para Paraíba no final de 2013.
A contadora foi ouvida pelo juiz federal Sérgio Moro, que conduz os ações da Lava Jato, na ação penal que envolve os executivos da construtora Engevix, com o esquema de corrupção e propina na Petrobras envolvendo o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa e Youssef.
Notas Frias
Meire confirmou que uma das empresas do doleiro Alberto Youssef forneceu nota para a Engevix, por serviços não prestados. Segundo a Procuradoria da República, e Engevix pagou R$ 52.977.089 em propina, para corromper o diretor Paulo Roberto Costa nos contratos que manteve na Diretoria de Abastecimento entre 2004 e 2012.
Ela ainda apontou que Waldomiro Oliveira, réu na Lava Jato e acusado de participar do esquema de lavagem de Youssef, cobrava paga emitir notas frias. "Waldomiro chegou a conversar comigo algumas vezes e dizer que só fazia emissão de notas, cobrava para fazer as emissões", afirmou à Justiça Federal.