Um pedido de socorro aguarda o governador Fernando Pimentel (PT) nesta quarta-feira, em Montes Claros, no Norte de Minas,onde ele dará posse ao secretário de Estado do Desenvolvimento Integrado dos Vales Jequitinhonha e Mucuri e do Norte de Minas (Sedivan), deputado Paulo Guedes (PT). Pimentel também participará da posse do presidente da Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amams), César Emílio Lopes Oliveira (PT), prefeito de Capitão Enéas. Ele adiantou que vai aproveitar a presença do governador para cobrar auxílio aos prefeitos para o enfrentamento da seca na região.
“Vamos solicitar ao governador que tenha um olhar diferenciado para a nossa região nesse momento difícil. Sabemos que Belo Horizonte e todo estado enfrenta problemas com a falta de água. Mas a seca é um problema histórico no Norte de Minas e, agora, a região está sofrendo mais”, disse César Emílio. Ele vai assumir o comando da Amams em substituição a Carlúcio Mendes (PSB), prefeito de Mirabela.
César Emílio lembra que, além do secamento da grande maioria dos pequenos rios e córregos da região, a estiagem prolongada provocaram as perdas de praticamente 100% das lavouras de milho e feijão. Os prejuízos foram ampliados pelo “veranico” de janeiro. Segundo o presidente da Amams, todos os quase 90 municípios da região encontram-se em situação de emergência.
Ele informou que vai propor ao governo de Minas a realização de estudo para dotar o Norte de Minas e o Vale do Jequitinhonha de um programa permanente de convivência com a estiagem.
“Precisamos aprender a conviver com a seca. Mas, também precisamos de melhor infraestrutura social e ações na saúde e na educação. Também necessitamos do aproveitamento das potencialidades para criar emprego, gerar renda para as famílias e melhorar as condições dos municípios”, disse o dirigente da Amams. Entre as potencialidades para investimentos no Norte do estado, ele cita reservas de minério de ferro e de gás natural.
Por outro lado, César Emílio ressalta que as prefeituras enfrentam a carência de recursos e precisam de “soluções imediatas” do estado para o atendimento às milhares de famílias atingidas pelos efeitos da falta de chuvas. “Diversos municípios estão necessitando de ajuda para o abastecimento humano. Sabemos das dificuldades do Estado. Mesmo assim, é preciso que o governo estadual venha colocar em campo suas equipes para proporcionar soluções imediatas para a região diante da crise gerada pela seca”, conclama o presidente da Amams.
César Emílio anunciou que vai solicitar ao governador a realização de gestões junto ao governo federal para liberar mais verbas para as pequenas prefeituras, cujas receitas ficaram ainda mais combalidas por conta da estiagem. “Os municípios ficaram ainda mais empobrecidos, pois, por causa das perdas provocas pela seca, não têm mais a renda que vem da agricultura familiar”, comentou o dirigente da Amams. Ele cobra ainda a liberação de crédito dos bancos oficiais para os pequenos agricultores atingidos pela estiagem prolongada. .