O Ministério Público Federal (MPF), órgão responsável pela força-tarefa das investigações da Operação Lava Jato, desistiu de tomar novos depoimentos da ex-gerente executiva da Diretoria de Abastecimento da Petrobras, Venina Velosa da Fonseca. Ela prestou depoimento nessa terça-feira à Justiça Federal em Curitiba.
De acordo com os procuradores, Venina pouco acrescentou aos fatos apurados. No depoimento, a ex-gerente disse que teve conhecimento do pagamento de propina e do cartel de empreiteiras que prestavam serviços a Petrobras, mas declarou que tinha poucas informações, porque a contratação das empresas era feita pela diretoria de Serviços e Engenharia, comandada pelo ex-diretor Renato Duque, que chegou a ser preso na Lava Jato.
No depoimento de ontem ao juiz federal Sérgio Moro, Venina Velosa da Fonseca afirmou que um funcionário da área jurídica da empresa também foi afastado das funções após denunciar reuniões em que contratos aditivos eram negociados.
Conforme Venina, em julho de 2009, o gerente Fernando de Castro Sá tomou conhecimento de alguns documentos sobre reunião de advogados da Petrobras e da Ademi na empresa. Segundo ela, era solicitado que as empresas fizessem o pedido de aditivos de forma clara e organizada, já que eram considerados confusos e ficava difícil organizar.
"Quando ocorreu isso, ele me falou que montou uma documentação sobre o assunto e encaminhou ao gerente jurídico da Petrobras, Nilton Maia. Em vez de se sentir apoiado, Nilton Maia criou uma comissão disciplinar, uma sindicância, e o gerente foi afastado das funções e colocado em uma sala, por um período, sem trabalho", relatou.
Venina Velosa também afirmou que houve uma "escalada de preços" nas obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, principal área investigada na Operação Lava Jato. Acrescentou que o fato ocorreu porque o ex-diretor de Serviços e Engenharia, Renato Duque, desaprovou novo modelo de contrato que responsabilizaria as empresas em caso de prejuízos.
Com Agência Brasil