No período, entre 2010 e 2011, a empresa de Bumlai faturou R$ 2,5 milhões só em vendas diretas à companhia petrolífera, por meio de contratos firmados com dispensa de licitação ou na modalidade de convite.
Em depoimento prestado em regime de delação premiada nas investigações da Operação Lava Jato, o ex-diretor disse que Bumlai "era um contato muito próximo" do lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, apontado pela Polícia Federal como operador do PMDB dentro da petroleira.
Ao detalhar o esquema que favorecia partidos políticos, Costa afirmou à Justiça que o empresário "era muito ligado ao PT". Bumlai tem como principal interlocutor no partido o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de quem é amigo. Durante o governo do petista, o empresário tinha livre trânsito no Palácio do Planalto, até mais do que ministros.
A entrada de Bumlai, que tem forte atuação no ramo pecuário, como fornecedor da Petrobras se deu em fevereiro de 2010, quando ele adquiriu o controle da Immbrax, em sociedade com o Grupo Bertin.
Com sede no Rio de Janeiro, a empresa importa peças, revendendo-as para grandes obras da estatal. Os maiores negócios, contudo, são com as empresas que têm contratos com a petroleira, conforme afirmou ao Estado o atual sócio da empresa, Washington Ferreira Gonçalves. A Immbrax, segundo ele, fez negócios com "todas essas (empresas) que estão no rolo".
Sobre os contratos com a petroleira firmados no período em que Bumlai estava na sociedade, Gonçalves garante que não houve interferência do ex-parceiro. "O Bumlai está santinho nisso aí." Segundo Gonçalves, a parceria com Bumlai tinha propósito distinto: fornecer material para a construção de Belo Monte e outras usinas.
Procurado, Bumlai disse, por meio da assessoria, que entrou na sociedade para fazer uma importação de material para uma de suas usinas, mas a operação não se concretizou, o que o levou a deixar a parceria. .