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Estado de Minas

Cardozo não aparece em evento da PF onde encontraria ministro do Paraguai


postado em 05/02/2015 18:31

Brasília, 05 - Em meio a uma nova investida da Operação Lava Jato, com a condução coercitiva do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, para depor na Polícia Federal de São Paulo e a revelação de que o esquema de corrupção na Petrobras rendeu R$ 200 milhões ao partido, o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) deu um "cano" no titular da Secretaria Antidrogas do Paraguai, Luis Alberto Rojas, em evento na sede da PF. Os ministros deveriam assinar a renovação da adesão do Brasil ao Programa de Cooperação com a Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (Senad/PY), como previa a agenda do evento.

Cardozo, contudo, enviou o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Marivaldo de Castro Pereira, como representante da pasta. O secretário justificou a ausência do ministro afirmando que "ele está de perna para cima" devido a uma doença que ele disse desconhecer o nome. Segundo Pereira, Cardozo estava despachando de casa. "Ele está despachando de casa", disse. A assessoria de imprensa da Justiça reportou que Cardozo está fazendo exames para saber do que se trata as dores na perna. Já a agenda do ministro, disponível no site do ministério, informa que ele despacha em seu gabinete.

A ausência do ministro ofuscou a apresentação do balanço da Operação Aliança, conduzida pela PF e a Senad entre 2012 e 2014 para coibir o tráfico de maconha do Paraguai para o Brasil. A operação conjunta erradicou 15 mil toneladas de pés da droga em três anos - equivalente a 3 mil hectares de área plantada.

No mesmo período, no Brasil, por exemplo, foram apreendidas apenas 600 toneladas pela Polícia Federal. A operação também resultou na prisão de 32 foragidos da polícia brasileira, entre elas o médico Roger Abdelmassih.

Legalização

O Paraguai é o maior produtor de maconha do mundo, mas o consumo recreativo não é crime. O ministro Rojas, contudo, afirmou que seu país criou um instituto de investigação científica para estudar os efeitos da droga visando uma ampliação das regras de consumo. Segundo Rojas, também está em discussão o porte de droga. No Paraguai, o usuário pode portar até 10 gramas de maconha e, acima dessa quantidade, pode ser preso. "A lei necessita mudar e se adaptar à realidade", disse.

O diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, disse que é melhor erradicar a maconha no Paraguai do que perseguir a droga depois que ela entra na rota de comercialização. Ao ser questionado se seria o melhor não legalizar a maconha para focar os esforços da PF em outras ações, como fez o vizinho Uruguai, Daiello disse que a descriminalização é atribuição do Congresso Ncional. "A questão de ser tendência no mundo não é uma questão da Polícia Federal. Hoje, no Brasil, a maconha é crime", disse.


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