Silvinho exercia, então, o posto de secretário-geral do PT, agremiação que atravessava sua pior crise com o estouro do escândalo do Mensalão. Ele teria recebido o carrão em troca de facilitação para o empresário na Petrobras.
A GDK tem negócios com a petrolífera desde o governo Lula. A empresa e seu dono foram citados em novembro de 2014 na delação premiada do ex-gerente da Diretoria de Serviços da Petrobras, Pedro Barusco. Segundo o delator, o dono da GDK, Cesar Roberto Santos Oliveira, "agia como operador no pagamento de propinas" no âmbito da Diretoria de Serviços da estatal.
A delação de Barusco deflagrou a Operação My Way, desdobramento da Lava Jato que mira empresas relacionadas com a BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras. Barusco declarou que Cesar Oliveira "efetuou o repasse" de US$ 200 mil nas contas 'K' e 'T', no Banco Lombard Odier, na Suíça.
Segundo o delator, "foram ajustados pagamentos de propinas sobre cinco contratos (da estatal petrolífera) com algumas exceções, todos da área de Gás e Energia, no valor aproximado total de R$ 700 milhões de reais". O ex-gerente afirma que os US$ 200 mil supostamente repassados por Cesar Oliveira foram destinados à "Casa", como Barusco denomina a parceria que ele manteve com o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, de quem era braço direito.
Ele não soube informar a conta de origem usada por Cesar Oliveira. À Justiça Federal, a Procuradoria da República sustenta que o empresário "também foi responsável por operacionalizar os pagamentos de propinas a Barusco, em decorrência de contratos firmados pela GDK com a Petrobras".
A GDK Engenharia diz que "todos os esclarecimentos acerca desta e de outras matérias já foram prestados às autoridades competentes.".