As provas mais contundentes são contra o ex-diretor Renato Duque, segundo o MP - Foto: Paulo Lisboa/Brasil Photo Press/estadão ConteúdoA partir do depoimento do ex-gerente Pedro Barusco, o Ministério Público Federal traçou o perfil detalhado dos 11 operadores do esquema revelado na 9ª fase da Operação Lava-Jato. Eles tinham atuação semelhante à movimentação do doleiro Alberto Youssef. O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, é descrito como o “responsável por operacionalizar o repasse de propinas ao PT, decorrentes de contratos no âmbito da Petrobras”.
As informações e documentos probatórios apresentados por Barusco motivaram a Procuradoria da República no Paraná a pedir o bloqueio sem limite das contas dos operadores, incluindo Vaccari. No entanto, o juiz federal Sérgio Moro não acatou a solicitação, alegando que “a medida ainda é prematura”. O MPF assegurou que “os operadores financeiros movimentaram em seu nome e lavaram centenas de milhões de reais em detrimento da Petrobras, no Brasil e no exterior”.
- Foto: A novidade revelada a partir do depoimento de Barusco é que o esquema de corrupção, até então restrito às diretorias de Serviços e Abastecimento e à Area Internacional, também tinha braços nas diretorias de Gás e Energia e de Exploração e Produção. Na primeira, ele explicou que a propina variava entre 1% e 2%. “Desses 2%, metade era para o PT, representado por Vaccari, e a outra metade era para a ‘Casa’, representada por Renato Duque (ex-diretor de Serviços)”, afirmou.
Outro importante agente do esquema é Mario Frederico Mendonça Goes.
A Polícia Federal ainda não o localizou para prestar depoimento. Goes atuou, segundo Barusco, como intermediário do esquema para Andrade Gutierrez, Mendes Júnior, Carioca, Bueno Engenharia, MPE/EBE, OAS, Schain, Setal e UTC. Mario se encontrava periodicamente com Barusco para repassar mochilas com propina em espécie que variava de R$ 300 mil a R$ 400 mil. Nestas ocasiões, os dois realizavam “encontros de contas” e conferiam “contrato a contrato” os pagamentos de subornos de propina realizados e pendentes. No entanto, a maior parte das propinas foi transferida por Goes para contas bancárias no exterior, sobretudo na Suíça..