A situação complica-se ainda mais porque os cargos do segundo escalão são encarados, neste momento, como uma maneira de recompor a articulação política e tentar fechar as fissuras decorrentes das eleições das mesas da Câmara e do Senado. A preocupação encontra-se especialmente em relação aos deputados, que deram uma mostra explícita de insatisfação com o Planalto ao despejar uma enxurrada de votos em Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Comandando as duas casas e com a capacidade de infernizar a vida do governo sempre que lhe for conveniente, o PMDB é a principal preocupação neste momento. Após a tática desastrosa da semana passada, quando Dilma Rousseff liberou seus ministros para tentar eleger o petista Arlindo Chinaglia (PT) para a presidência da Câmara, é prudente, segundo aliados, não travar outra batalha com os peemedebistas.
Com isso, poucos apostam em mudanças de cargos no setor elétrico. A Eletrobras e a Eletronorte estão sob o comando, respectivamente, de afilhados dos ex-senadores José Sarney (AP) e Jader Barbalho (PA).
Jader Barbalho, amigo pessoal do ex-presidente Lula, emplacou o filho, Helder, no Ministério da Pesca, pasta importante para o Pará. “Duvido que, neste momento de fragilidade e instabilidade política, a presidente tenha a coragem de mexer nos cargos do PMDB. Seria um suicídio político”, alertou um integrante da base de apoio no Congresso. “Se a definição do primeiro escalão foi caótica, tenho medo dos remendos que serão feitos no segundo escalão”, queixou-se um senador petista..