"Ele disse que era uma rotina que sempre teve. Não gostava de guardar dinheiro em banco e sempre fazia a reserva dele na própria sala e, às vezes, em casa. Os relógios se tratavam de uma coleção que havia sendo feita há dez anos. Todos os comprovantes de compra destes relógios vão ser juntados ao processo", disse o advogado Charles Zimmermann.
De acordo com os investigadores, Gilson João Pereira e João Gualberto Pereira, sócios da Arxo, e Sergio Ambrosio Marçaneiro, diretor financeiro, pagavam propina para obter contratos com a BR Distribuidora. Todos estão presos na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.
Segundo a defesa, em depoimento prestado aos delegados, os sócios afirmaram que a empresa nunca pagou propina ou sonegou impostos. Os acusados também negaram envolvimento com o empresário Mário Goes, apontado com intermediador de propina entre a Arxo e a Petrobras. "Nos não sabíamos da existência de Goes. Isso parte da denúncia da ex-funcionária. Nunca conhecemos essa pessoa e não sabemos de quem se trata", disse o advogado.
As denúncias contra a Arxo partiram de uma ex-funcionária. No dia 16 de janeiro, Cíntia Provesi Francisco procurou o Ministério Público Federal (MPF) voluntariamente para denunciar os executivos. Aos investigadores, ela relatou que a empresa pagava propina de 5% a 10% nos contratos com a BR Aviation.
Mário Frederico Mendonça Goes estava foragido desde quinta-feira (5), quando teve prisão decretada, mas se entregou ontem (9) à PF em Curitiba..