A Polícia Federal em Curitiba tomou nesta segunda-feira depoimento de três sócios da Arxo Industrial presos na nona fase da Operação Lava Jato, deflagrada na quinta-feira (5). De acordo com a defesa, um deles – João Gualberto Pereira, disse aos delegados que não gosta de guardar dinheiro em banco e, por isso, tinha reservas no seu escritório. Durante o cumprimento das buscas e apreensões, a PF encontrou R$ 3,2 milhões na sede da empresa, em Santa Catarina. Os agentes também apreenderam 500 relógios de luxo.
De acordo com os investigadores, Gilson João Pereira e João Gualberto Pereira, sócios da Arxo, e Sergio Ambrosio Marçaneiro, diretor financeiro, pagavam propina para obter contratos com a BR Distribuidora. Todos estão presos na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Os pagamentos ocorreriam em contratos com a BR Aviation, empresa da Petrobras especializada no abastecimento de aeronaves. A Arxo vende tanques de combustíveis e caminhões-tanque.
Segundo a defesa, em depoimento prestado aos delegados, os sócios afirmaram que a empresa nunca pagou propina ou sonegou impostos. Os acusados também negaram envolvimento com o empresário Mário Goes, apontado com intermediador de propina entre a Arxo e a Petrobras. "Nos não sabíamos da existência de Goes. Isso parte da denúncia da ex-funcionária. Nunca conhecemos essa pessoa e não sabemos de quem se trata", disse o advogado.
As denúncias contra a Arxo partiram de uma ex-funcionária. No dia 16 de janeiro, Cíntia Provesi Francisco procurou o Ministério Público Federal (MPF) voluntariamente para denunciar os executivos. Aos investigadores, ela relatou que a empresa pagava propina de 5% a 10% nos contratos com a BR Aviation.
Mário Frederico Mendonça Goes estava foragido desde quinta-feira (5), quando teve prisão decretada, mas se entregou ontem (9) à PF em Curitiba.