Eduardo Militão e João Bosco Lacerda
Brasília – A Polícia Federal começou a abrir ontem os inquéritos contra operadores de estaleiros e outras empresas acusados na nona fase da Operação Lava-Jato, a “My Way”. De acordo com os investigadores, eles agiam pagando propinas para a Diretoria de Engenharia da Petrobras, antes comandada por Renato Duque, para que as empresas obtivessem negócios bilionários com a estatal. Um desses operadores, dizem os delegados, bancou subornos na BR Distribuidora em favor da fábrica de tanques e caminhões Arxo. Enquanto isso, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e a força-tarefa do Ministério Público estiveram nos EUA buscando informações para subsidiar as investigações. Janot foi ao FBI, a Polícia Federal norte-americana. Os procuradores foram à SEC, equivalente à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) brasileira. Com eles, estavam analistas da Controladoria-Geral da União e da própria CVM.
Na semana passada, a PF prendeu temporariamente os sócios da Arxo João Gualberto e Gilson João Pereira e o diretor financeiro, Sérgio Ambrósio Marceneiro. De acordo com os delegados, o operador Mário Góes atuou em favor da empresa para que ela obtivesse contratos com a BR Distribuidora. Ontem o juiz Sérgio Moro mandou soltar os três suspeitos. “Esgotadas as diligências de busca e apreensão e colheita de depoimentos, não há mais necessidade da prisão temporária”.