O inquérito investiga denúncia apresentada pelo próprio peemedebista sobre uma suposta gravação que o incriminaria.
A gravação foi revelada por Cunha pouco uma semana antes da disputa que o elegeu presidente da Câmara. Na conversa, os dois interlocutores não identificados sugerem uma chantagem para não revelar informações que comprometeriam o deputado.
Na época, o peemedebista disse não reconhecer as vozes do áudio. Sugeriu, porém, que um dos interlocutores - o que ameaça contar o que sabe - tenta se passar por Jayme Alves de Oliveira Filho, o Careca, acusado de trabalhar para o doleiro Alberto Youssef como distribuidor de dinheiro desviado da Petrobrás.
Policial federal afastado, careca afirmou, em depoimento aos investigadores da Lava Jato, que a mando de Youssef entregou dinheiro num endereço que seria de Cunha. Numa retificação do depoimento, recuou. Quando o caso foi revelado, o deputado se disse vítima de "alopragem" de interessados em constranger sua candidatura.
Na gravação, um dos homens diz que Cunha está "se dando bem" e insinua que o peemedebista ganhará a presidência da Câmara. Ele diz que está sob pressão e ameaça contar o que sabe caso não seja ajudado.