Brasília, 11 - O senador Romero Jucá (PMDB-RR) afirmou nesta quarta-feira, 11, que o PMDB vai trabalhar para aprovar no Congresso os projetos que forem de interesse da sociedade brasileira e não necessariamente do governo. "O que nós temos pregado é que o PMDB seja um partido que tenha os seus posicionamentos, que votem naquilo que é importante para a sociedade, e eventualmente discorde do governo, mas uma discordância construtiva", disse.
Conforme mostrou o jornal O Estado de S. Paulo nesta quarta, o PMDB pretende adotar neste segundo mandato da presidente Dilma Rousseff uma posição de independência informal do governo. A ideia é manter uma agenda própria no Congresso, com pautas nas áreas política e econômica que atendam aos interesses da sigla.
Apesar do desgaste da aliança entre PT e PMDB, Jucá afirmou que ainda é cedo para falar em candidatura própria à Presidência em 2018, mas não descartou a possibilidade. "Candidato próprio à presidência da República será uma construção política que o partido precisa fazer. O que nós temos que fazer, num primeiro momento, é organizar o partido, fortalecer o partido, criar bandeiras nacionais, se identificar com as causas populares e, a partir disso, trabalhar nomes e opções que no futuro possam disputar, se for possível, a Presidência", disse.
O peemedebista também comemorou a votação, na Câmara, da proposta de emenda à Constituição que torna obrigatório o pagamento das emendas parlamentares individuais, o chamado Orçamento impositivo. "A emenda parlamentar é uma atribuição e uma prerrogativa do parlamentar e tem que ser respeitada, quer esse parlamentar seja da base do governo, quer esse parlamentar seja da oposição", afirmou.
A aprovação da PEC foi considerada uma derrota para o Palácio do Planalto, já que na prática impede que o governo congele o desembolso de emendas para pressionar o Congresso a votar de acordo com seus interesses.
(Isadora Peron
e Erich Decat)