O ex-ministro José Dirceu negou, em nota divulgada nesta quinta-feira, 12, as declarações do doleiro Alberto Youssef de que teria recebido recursos ilícitos do empresário Julio Camargo, da Toyo Setal. "O ex-ministro José Dirceu repudia, com veemência, as declarações do doleiro Alberto Youssef de que teria recebido recursos ilícitos do empresário Julio Camargo, da Toyo Setal, ou de qualquer outra empresa investigada pela Operação Lava Jato.
O ex-ministro também afirma que nunca representou o PT em negociações com Julio Camargo ou com qualquer outra construtora. "As declarações são mentirosas. O próprio conteúdo da delação premiada confirma que Youssef não apresenta qualquer prova nem sabe explicar qual seria a suposta participação de Dirceu". O ex-ministro também esclarece que, depois que deixou a chefia da Casa Civil, em 2005, "sempre viajou em aviões de carreira ou por empresas de táxi aéreo.”
Alberto Youssef revelou em sua delação premiada que os ex-ministros José Dirceu e Antônio Palocci eram "as ligações" do lobista e operador de propina na Petrobras Julio Gerin Camargo com o PT. O doleiro - alvo central da Operação Lava Jato - apontou que o nome José Dirceu consta no registro de contabilidade de propina com a rubrica "Bob" - suposta referência ao apelido de um ex-assessor do ex-ministro da Casa Civil.
"Julio Camargo possuía ligações com o Partido dos Trabalhadores, notadamente com José Dirceu e Antonio Palocci", afirmou Youssef. Segundo o doleiro, o lobista tinha uma pessoa que era responsável pela contabilidade das propinas operadas por ele na Petrobras, em nome de empreiteiras do cartel.
O doleiro afirmou ainda não sabe sobre valores que teriam sido repassados a Dirceu, mas contou que o ex-ministro, depois de deixar o governo Luiz Inácio Lula da Silva, utilizou o jato Citation Excel que pertence ao lobista Julio Camargo.
"Não sabe dizer quantas vezes o avião foi utilizado por José Dirceu e nem a razão do uso. Mas pode afirmar que Julio Camargo e José Dirceu são amigos", registraram os investigadores da Lava Jato no termo de delação 11 do doleiro.
O advogado que defende Palocci foi procurado, mas ainda não se manifestou.