Segundo Costa, os pagamentos em suas contas na Suíça não tinham relação com as propinas repassadas a partidos políticos e começaram a ser realizados por sugestão do próprio diretor da Odebrecht Plantas Industriais Rogério Araújo, que por volta de 2008 ou 2009 lhe disse: "Paulo, você é muito tolo,você ajuda mais os outros que a si mesmo.
Em sua delação, Costa admitiu que possuía cerca de US$ 26 milhões em contas na Suíça vindos da Odebrecht, valor que o Ministério Público Federal está negociando a repatriação com as autoridades suíças. No depoimento, o ex-diretor da estatal detalha como era a operação das contas, que ficavam a cargo de Freiburghaus, com quem Paulo Roberto se encontrava a cada dois meses para conferir os extratos na sede da Diagonal, ou mesmo na Costa Global, empresa de consultoria aberta por Costa.
O ex-diretor relatou ainda que o operador cobrava um valor fixo para operar as contas e que Freiburghaus considerava importante, "de tempos em tempos, haver alguma mudança" nas contas mantidas no exterior, isto é, movimentar os recursos entre as contas para não deixar rastros para as autoridades. Nesse sentido, o operador transferiu recursos mantidos nas contas de Costa no HSBC (no Julius Bank Suíça) e no Deuscthe Bank para as contas na Suíça das quais as autoridades brasileiras conseguiram repatriar. Costa relata ainda que, após as transferências, ele foi pessoalmente nas agências das quatro contas abertas na Suíça conferir os valores.
Costa admite que pode ter recebido quantias nestas contas também em 2014, mesmo após deixar a Petrobras, "como forma de acertar valores de contratos firmado à época em que o declarante era diretor de Abastecimento". Segundo o ex-diretor, os valores repassados pela empreiteira eram relativos aos contratos da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).
A empreiteira nega as acusações de Costa e vem reiterando que não fez pagamentos ou depósitos para Costa e nem para qualquer outro executivo ou ex-diretor da estatal..