Segundo Youssef, Argolo comprou a aeronave em 2012, mas não teve dinheiro para quitar as prestações. O político teria pedido dinheiro emprestado ao doleiro para fazer os pagamentos. Youssef contou à Polícia Federal que não aceitou e fez uma contraproposta.
"Tendo Youssef se negado a fazer, propondo que quitasse as prestações e ficasse com a aeronave, emprestando o bem a ele para que utilizasse até a campanha eleitoral de 2014. Que Argolo aceitou a proposta. Youssef pagou 700 mil reais por meio da empresa GFD, em nome da qual foi registrada a aeronave, que esse valor foi pago à vista, não sendo formado contrato entre Argolo e o vendedor da aeronave", diz a delação premiada.
À PF, o doleiro informou também que "João Argolo fazia parte do rol de parlamentares do PP que recebia repasses mensais a partir dos contratos da Diretoria de Abastecimento da Petrobras". Argolo deixou o PP no fim de 2013 e transferiu-se para o Solidariedade.
A Diretoria de Abastecimento foi comandada por Paulo Roberto Costa, entre 2004 e 2012.
Procurado, o partido informou que não poderia se pronunciar sobre o caso, por se tratar de uma questão particular do político. A reportagem tentou contato com Argolo pelo celular. A pessoa que atendeu se identificou como Henrique Júnior, amigo e assessor do político. "(Argolo) se elegeu em 2011, o diretor saiu em 2012. Qual a razão de ele ajudar o deputado?". Sobre o suposto envolvimento do político com o helicóptero de Youssef, o amigo disse que não saberia informar nada sobre o caso..