Governo de Fernando Pimentel enfrenta o primeiro fogo amigo

Alessandra Mello
O governo Fernando Pimentel (PT) já enfrenta seu primeiro fogo amigo.
E já escalou o vice-governador Antônio Andrade (PMDB) para tentar combater o incêndio. Nessa quinta-feira, Andrade se reuniu durante cerca de três horas a portas fechadas com a bancada peemedebista no Palácio Tiradentes, prédio anexo à sede do Legislativo. Uma das principais reclamações, segundo deputados do partido, é a tentativa do PT de ocupar os espaços dentro das seis secretarias comandadas pelo PMDB. Deputados do PT chegaram a tentar participar do almoço, mas foram “gentilmente barrados”, conta um parlamentar. Mesma reclamação vem sendo feita pelo PCdoB, que ficou com a Secretaria de Turismo. “O PT pensa que a secretaria é só o secretário e que abaixo dele podem nomear todo mundo. Não é assim que funciona.
O partido não venceu essa disputa sozinho”, reclama outro deputado do partido, que também participou do almoço com o vice-governador. De acordo com ele, que pediu anonimato, o PMDB está insatisfeito há mas tempo, mas não reclamou oficialmente para não atrapalhar a eleição do deputado Adalclever Lopes (PMDB) para o comando da Assembleia. No encontro, Andrade se comprometeu a levar todas as reivindicações e reclamações para Pimentel.

De acordo com os deputados, têm secretarias com vários outros cargos importantes vagos, pois nenhuma nomeação está sendo autorizada pelo governo. Todos os nomes devem passar pelo crivo do secretário de Governo, Odair Cunha (PT), antes de serem nomeados. Algumas pastas e órgãos da administração direta estão ainda sem comando e, em certos casos, os postos têm sido ocupados pelos próprios secretários. Das 22 secretarias de de Pimentel, 11 são do PT, que indicou os nomes para os postos mais importantes e considerados estratégicos para a administração, como as pastas da Educação, Fazenda, Governo, Planejamento e Transporte e Obras. Em relação ao predomínio dos petistas nos cargos mais importantes, o PMDB informou não se importar e disse que o partido se considera contemplado com as seis pastas.

O presidente do PCdoB, deputado federal Wadson Ribeiro, afirmou que o partido não consegue compor os quadros da secretaria, assumida pela legenda no início de janeiro. “No caso do PCdoB, estamos tendo dificuldades na composição da Secretaria de Turismo e também em estruturas correlatas”. Para ele, não há problema em passar pelo crivo do governo os nomes dos indicados para os postos chaves, “mas tem de ser mais ágil”. O deputado disse que o governo mineiro não pode repetir o erro do governo federal, de tentar agir isolado no comando do país. “Esse não pode ser um governo de um partido só”. A reportagem tentou falar pelo telefone com o líder de governo, Durval Ângelo, e com Odair Cunha, mas nenhum deles atendeu às ligações..