O governo Fernando Pimentel (PT) já enfrenta seu primeiro fogo amigo. E já escalou o vice-governador Antônio Andrade (PMDB) para tentar combater o incêndio. Nessa quinta-feira, Andrade se reuniu durante cerca de três horas a portas fechadas com a bancada peemedebista no Palácio Tiradentes, prédio anexo à sede do Legislativo. Uma das principais reclamações, segundo deputados do partido, é a tentativa do PT de ocupar os espaços dentro das seis secretarias comandadas pelo PMDB. Deputados do PT chegaram a tentar participar do almoço, mas foram “gentilmente barrados”, conta um parlamentar. Mesma reclamação vem sendo feita pelo PCdoB, que ficou com a Secretaria de Turismo. “O PT pensa que a secretaria é só o secretário e que abaixo dele podem nomear todo mundo. Não é assim que funciona. O partido não venceu essa disputa sozinho”, reclama outro deputado do partido, que também participou do almoço com o vice-governador. De acordo com ele, que pediu anonimato, o PMDB está insatisfeito há mas tempo, mas não reclamou oficialmente para não atrapalhar a eleição do deputado Adalclever Lopes (PMDB) para o comando da Assembleia. No encontro, Andrade se comprometeu a levar todas as reivindicações e reclamações para Pimentel.
O presidente do PCdoB, deputado federal Wadson Ribeiro, afirmou que o partido não consegue compor os quadros da secretaria, assumida pela legenda no início de janeiro. “No caso do PCdoB, estamos tendo dificuldades na composição da Secretaria de Turismo e também em estruturas correlatas”. Para ele, não há problema em passar pelo crivo do governo os nomes dos indicados para os postos chaves, “mas tem de ser mais ágil”. O deputado disse que o governo mineiro não pode repetir o erro do governo federal, de tentar agir isolado no comando do país. “Esse não pode ser um governo de um partido só”. A reportagem tentou falar pelo telefone com o líder de governo, Durval Ângelo, e com Odair Cunha, mas nenhum deles atendeu às ligações.