Ao Estado, o ministro justificou que, se houve culpa de ex-diretores da companhia, alvos de um processo no tribunal e de bloqueio de bens, ela também é aplicável a membros do conselho. “Estou usando o mesmo argumento que eles (os demais ministros) usaram para incluir a diretoria. Se o conselho aprovou a compra daquela monta, com aquele prejuízo, examinando um resumo de duas páginas, ele foi negligente, é claro”, disse. No documento, o ministro sugere também que a Petrobrás envie eventuais vídeos e áudios das reuniões do conselho, além de entrevistas com funcionários que presenciaram esses encontros. Questionada sobre a existência de gravações, a estatal não se pronunciou até a conclusão desta edição.
O TCU apontou em julho de 2014 prejuízo de US$ 792 milhões em Pasadena. A corte decidiu que 14 ex-dirigentes da Petrobrás responderão a um processo que visa a confirmar responsabilidades por danos ao erário - dez deles tiveram bens bloqueados. O tribunal não incluiu ex-conselheiros entre os implicados, aceitando o argumento de que deram aval ao negócio sem conhecer cláusulas prejudiciais.
Parte dos ministros considera uma mudança de posição.
Em 2006, Dilma era ministra da Casa Civil e presidente do colegiado quando a Petrobrás aprovou a compra de parte da refinaria. Em março do ano passado, Dilma afirmou que só votou a favor da compra porque se baseou num parecer “falho”, do então diretor Internacional Nestor Cerveró. Além de Dilma, empresários e ex-ministros também integravam o conselho. Eles também usam a mesma justificativa da presidente. A proposta de Carvalho será enviada à área técnica do TCU, a quem cabe elaborar parecer sobre o caso. O tribunal discutirá se abre um processo novo ou se inclui a investigação em um processo já existente..