Pelo acordo, o montante deverá ser utilizado pela Prefeitura prioritariamente para a aquisição do terreno do Parque Augusta, na rua homônima, entre a Caio Prado e a Marquês de Paranaguá, região central de São Paulo.
Ambos os bancos movimentaram dinheiro que teria sido desviado pelo então prefeito Paulo Maluf, durante obras na antiga Avenida Águas Espraiadas (atual Roberto Marinho) e na construção do Túnel Ayrton Senna. Os bancos, de acordo com o MP, não estavam envolvidos nos desvios, mas acordaram pagar esse valor como indenização à população por terem sido depositários dos valores irregulares.
Apesar da intenção do MP em restringir o uso desse montante apenas para a desapropriação do Parque Augusta, o prefeito Fernando Haddad (PT) conseguiu, nos últimos dias, incluir uma segunda opção no acordo: investir o dinheiro na criação de novas vagas em creches.
"A existência desse dinheiro é uma boa notícia. Mas se trata de uma verba públicA, de todos os paulistanos. Assim, teremos de avaliar se o ideal é investir no Parque Augusta ou em creches", disse Haddad. Ele afirmou que não pretende "vender ilusões" a respeito do parque e garantiu que as proprietárias do imóvel - as construtoras Cyrella e Setin - serão chamadas para uma conversa, juntamente com representantes do MP.
"A possibilidade (de desapropriação do terreno) foi reaberta. Mas talvez o recurso obtido não seja suficiente.
Em dezembro, entretanto, em TAC semelhante, o Deutsche Bank repassou R$ 52 milhões à Prefeitura. Se a soma desses valores fosse aplicada no Parque Augusta, como defendem alguns, o montante total estaria R$ 13 milhões a menos do que o que vale o terreno. Procuradas pela reportagem, as construtoras Cyrela e Setin, proprietárias do terreno, afirmaram que só devem se pronunciar após serem comunicadas oficialmente pelo MP..