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Estado de Minas

Antigos militantes do PT ocupam principais secretarias no governo de MG

São eles os responsáveis pelas principais ações de combate à crise hídrica e também pela reestruturação financeira e administrativa do estado, principal preocupação do governo neste momento


postado em 16/02/2015 00:12 / atualizado em 16/02/2015 08:03

Magalhães à frente do Planejamento e Gestão, Valadares no Transporte e Obras Públicas, Rezende na Casa Civil e Bicalho na Fazenda formam o
Magalhães à frente do Planejamento e Gestão, Valadares no Transporte e Obras Públicas, Rezende na Casa Civil e Bicalho na Fazenda formam o "núcleo duro" do governo de MG (foto: Ramon Lisboa/Cristina Horta/EM/D.A.Press)

Um médico especialista em gestão, um engenheiro “tocador de obras”, um doutor em economia e um advogado com longa atuação na administração pública. Esse é o quarteto que ocupa as mais importantes secretarias de Fernando Pimentel, primeiro petista a comandar Minas Gerais, depois de 12 anos consecutivos de gestões tucanas. Desde os primeiros dias de governo, os secretários Helvécio Magalhães (Planejamento e Gestão), Murilo Valadares (Transporte e Obras Públicas), Marco Antônio Rezende (Casa Civil e Relações Institucionais) e José Afonso Bicalho (Fazenda) despontaram como principais assessores e conselheiros do governador.


Todos são militantes antigos do PT e trabalham juntos desde a chegada de Patrus Ananias à Prefeitura de Belo Horizonte (1993/1997), passando pelas gestões do próprio Pimentel, que assumiu a administração municipal em 2001, depois do afastamento do então prefeito Célio de Castro por motivo de saúde. Eles também permaneceram na prefeitura durante parte do governo Marcio Lacerda (PSB) e só deixaram os cargos depois do rompimento entre PT e PSB na disputa pela reeleição, em 2012, quando os petistas lançaram Patrus Ananias como candidato a prefeito e saíram derrotados do pleito.

São eles os responsáveis pelas principais ações de combate à crise hídrica e também pela reestruturação financeira e administrativa do estado, principal preocupação do governo neste momento. São também praticamente os únicos secretários que têm acesso irrestrito ao governador ,que, desde que assumiu o cargo, tem evitado receber políticos, o que já está gerando reclamações e um certo incômodo entre aliados. Segundo definição de um aliado, Pimentel está “fechado em copas”.

Frequentemente, esses secretários almoçam juntos no gabinete de Pimentel, no Palácio Tiradentes, onde aproveitam para despachar, e têm reuniões quase que diárias. Nem mesmo o secretário de Governo, deputado federal Odair Cunha (PT), e o secretário-geral da Governadoria, Eduardo Serrano, têm a mesma facilidade para despachar com o governador. A tarefa principal dos dois nos primeiros 30 dias da administração petista foi receber prefeitos e aliados em busca de verbas e cargos, missão dividida com o vice-governador Antônio Andrade (PMDB). Odair também concentrou todas as decisões sobre as nomeações, principalmente para postos-chaves nas secretarias e órgãos da administração direta.

Os quatro “poderosos” foram colocados nos cargos por escolha pessoal do governador, que não se incomodou com a pressão para que não nomeasse José Afonso Bicalho para a Fazenda, por causa da denúncia que ele enfrenta de envolvimento em suposto desvio de recursos para a campanha à reeleição do ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB). Pimentel também resistiu às pressões dos partidos aliados para ocupar essas pastas, principalmente a Secretaria de Obras, cobiçada por 10 entre 10 políticos. A intenção do governador foi garantir técnicos de confiança em postos considerados chaves, como as secretarias que cuidam das finanças, das obras e do planejamento do estado.

Há quem aposte dentro do PT que o nome do próximo candidato do partido à Prefeitura de Belo Horizonte pode sair desse grupo, mas, por enquanto, isso ainda é conversa de bastidor, já que não faltam interessados em disputar o cargo. Um dos integrantes desse seleto quarteto quase virou vice-prefeito de Marcio Lacerda quando PT e PSB ainda eram aliados na capital mineira: Helvécio Magalhães, que já está sendo chamado ironicamente de “primeiro-ministro” pelos aliados, chegou a ter seu nome cogitado para o cargo, com aval de Lacerda, que, já reeleito, disse, durante uma solenidade, que se a aliança tivesse vingado teria escolhido o secretário de Planejamento para o cargo. “Dentro da lista de possíveis vices, eu escolheria o Helvécio, mas a aliança com o PT não funcionou. Mas reafirmo, e isso é público, que ele seria o escolhido”, disse Lacerda, em 2013, sem se incomodar com a presença de Délio Malheiros (PV), atual vice-prefeito.

 

Férias-prêmio
A suspensão das férias-prêmio de três meses – agora limitadas a 30 dias, conforme determinação do governo de Minas Gerais –, vai atingir este ano 145 servidores, dos quais 106 eram ocupantes de cargo comissionado quando começaram a usufruir do benefício. De acordo com nota divulgada na sexta-feira pela Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag), caberá à Câmara de Coordenação Geral, Planejamento, Gestão e Finanças (CCGPGF) analisar casos em que for solicitado um período maior que os 30 dias estabelecidos na deliberação. Nos casos de ocupantes de cargos comissionados, caso seja autorizado período superior a um mês o servidor vai receber salário correspondente ao cargo efetivo, sem as demais vantagens. A edição de sexta-feira do Minas Gerais trouxe ainda a concessão de férias-prêmio para vários servidores, mas segundo a Seplag trata-se apenas da “concessão” do direito ao período de descanso, e não a autorização para gozá-lo. O saldo só será usufruído de acordo com a “conveniência administrativa”.


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