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Estado de Minas

Aliados brigam por cargos nas empresas estatais

Depois da definição dos presidentes do BB e da Caixa, a disputa cresce pelos postos nos demais bancos públicos e nas estatais


postado em 18/02/2015 06:00 / atualizado em 18/02/2015 07:37

Miriam Belchior assume a Caixa semana que vem e só então definirá os nomes para as vice-presidências (foto: Tania Rego/ABR)
Miriam Belchior assume a Caixa semana que vem e só então definirá os nomes para as vice-presidências (foto: Tania Rego/ABR)

Brasília – Parlamentares do PT preocupados com a falta de trânsito do governo no Congresso Nacional têm uma certeza: será necessário abrir para outros partidos maior participação em empresas estatais e, sobretudo, nos bancos públicos. A Presidência do Banco do Brasil (BB) já está resolvida com a promoção, há duas semanas, do vice-presidente de Negócios do Varejo, Alexandre Abreu, um funcionário de carreira. A da Caixa Econômica ficará, a partir do próximo dia 23, com a ex-ministra do Planejamento Miriam Belchior.

Resta, porém, um grande número de cargos nesses e em outros bancos do país. Na Caixa, há uma vice-presidência vaga, a de Controle de Risco. Mas, a rigor, todas as outras 12 estão sobre a mesa de Miriam, que passou o carnaval trabalhando na transição para o novo cargo. Segundo um dos mais influentes parlamentares do PT, a ideia é garantir que o partido mantenha os postos-chave, mas alguns deles terão de ser usados para a acomodar a base.

Ele acrescenta que o PMDB está extremamente forte no Congresso, não só na Câmara, onde o então líder do partido, Eduardo Cunha (RJ), venceu a eleição para a Presidência, mas também no Senado, com a recondução de Renan Calheiros (AL) à cadeira. O partido apresentou sua fatura. O vice-presidente da República, Michel Temer, convidou Cunha e Renan para jantar no dia seguinte às eleições para as mesas da Câmara e do Senado em sua residência oficial, o Palácio do Jaburu. Também compareceram outros nomes de peso do partido, incluindo o ex-presidente José Sarney, que deixou claro no pleito do ano passado o voto no tucano Aécio Neves.

“O partido quer uma participação maior no governo, à altura de sua representação. Se não tivermos isso, vamos rever a nossa relação com o PT”, argumenta um de seus líderes. Por revisão, entenda-se criar dificuldades para a aprovação de projetos a favor do governo e facilidades para emplacar o que vai contra a vontade do Executivo. Essas duas armas serão inevitavelmente usadas, o que ainda se discute é com que frequência e intensidade.

Os peemedebistas estão ressentidos não apenas por não terem seu quinhão ampliado, mas pelo que consideram um esforço de reduzi-lo. Na reforma presidencial, pelas contas do partido, eles acabaram com pastas que têm apenas R$ 5 bilhões em investimentos anuais, item orçamentário que resulta em obras, que são ao mesmo tempo vitrine eleitoral e oportunidades para se aproximar de financiadores de campanha. O PR, que tem a pasta dos Transportes, tem R$ 7 bilhões por essa conta. O PSD, só no Ministério das Cidades tem R$ 16 bilhões. O Planalto sonha, aliás, em unir os dois partidos, para criar uma força parlamentar e eleitoral de grande escala, que dispute espaço com o PMDB.

Postos cobiçados

No BB, Abreu, o novo presidente, conseguiu conduzir na semana passada dois funcionários de carreira para diretorias que estavam vagas. Mas isso está longe de fechar todos os postos cobiçados por políticos. O vice-presidente de Gestão de Pessoas, Robson Rocha, filiado ao PT, já tem tempo suficiente de contribuição para pedir aposentadoria, assim como o de Tecnologia, Geraldo Dezena. O vice-presidente de Governo, Valdir Campelo, um nome ligado ao PTB, também poderá ser substituído. A diretoria de Marketing, já ocupada anteriormente por Henrique Pizzolato, condenado no processo do mensalão e preso na Itália, também está na mira do PT e de partidos da base. A lista inclui, ainda, a presidência da Previ, o fundo de pensão dos funcionários do banco, e da Cassi, o plano de saúde.

No Banco da Amazônia, o governo conseguiu até agora manter o comando nas mãos de funcionários de carreira do BB. Mas, com a atual situação de vulnerabilidade política, surgiram queixas de que o presidente da instituição, Valmir Rossi, não atende aos pedidos de parlamentares. Eles agora reivindicam não só ser atendidos, mas ter o poder de escolher os nomes do comando. E o ataque vem da própria bancada do PT nos estados da região – atento aos risco de perder espaço no governo, eles partiram também para o ataque.

No Banco Nordeste do Brasil (BNB), o presidente, Nelson Antônio de Souza, sonha permanecer no cargo em que está há apenas 10 meses, embora diga a interlocutores que entenderá a decisão da presidente Dilma Rousseff de substituí-lo. Souza, funcionário de carreira da Caixa, foi para o BNB em 2012, como diretor. Conta com o apoio do governador do Piauí, Wellington Dias (PT), aliás, funcionário licenciado do próprio BNB. E espera se fortalecer também com o balanço do banco, a ser divulgado no dia 23, com números que tendem a ser favoráveis, sobretudo devido à queda na inadimplência.


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