PMDB pressiona para obter mais cargos nas estatais

Paulo Silva Pinto

Brasília – Apesar de a Operação Lava-Jato, que trouxe à tona um suposto esquema de propinas envolvendo a Petrobras, ameaçar respingar nas outras estatais brasileira, o comando delas continua a despertar cobiça dos partidos.

No topo dos sonhos está a Eletrobras e suas subsidiárias. Dilma adoraria colocar no posto maior o atual presidente de Furnas, Flávio Decat de Moura. Mas enfrentou até hoje resistências do deputado federal Eduardo Cunha (RJ), ex-líder do PMDB e atual presidente da Câmara, que agora tendem a se tornar intransponíveis. A dúvida é se, além de brecar um nome que não o agrada, ele conseguirá emplacar uma escolha. Na Eletronorte, é forte a influência do ex-deputado e ex-senador Jader Barbalho (PMDB-PA). Das Centrais Elétricas do São Francisco (Chesf), o PP reivindica o controle desde que o PSB desembarcou do governo, no ano passado, para ter candidatura própria à Presidência da República.

É difícil que o governo atenda com novos cargos a um partido que não o PMDB, ainda mais considerando-se que o PP mostra poucos sinais de que poderá ajudar, tendo aderido em peso à candidatura de Cunha para o comando da Câmara, contra o candidato derrotado do PT, Arlindo Chinaglia (SP). O maior aliado quer, aliás, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), hoje com o PTB, sob o argumento de que controla o Ministério da Agricultura, ao qual a estatal se reporta.

O Executivo tem mostrado extrema dificuldade na tarefa de calcular a distribuição de agrados a aliados que resultem nos melhores dividendos políticos possíveis.

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