A distribuição das comissões e lideranças na Assembleia mineira, que não deixou sobrar quase nada para o PSDB, expôs uma insatisfação interna na legenda. O deputado estadual João Vítor Xavier, um dos pré-candidatos do partido a disputar a Prefeitura de Belo Horizonte no ano que vem, reclamou do excesso de concessões feitas a aliados políticos. Segundo ele, a prática fez o partido encolher no estado e deixou os tucanos praticamente sem posições de destaque no Legislativo.
O deputado reclamou do fato de o PSDB ter cedido ao DEM a liderança do bloco de oposição. Disse ainda que o partido deixou de se empenhar na campanha de parlamentares tucanos que não foram reeleitos para investir em outros nomes que agora foram para o bloco independente no Legislativo. “O partido tinha 22 deputados, caiu para 15 e continuou abrindo mão das coisas, agora temos nove. Em compensação, deputados eleitos nas costas do PSDB, como o Tiago Cota (PPS) e a bancada do PTN, já nos viraram as costas”, disse.
O deputado João Leite contestou e creditou as críticas do colega de bancada ao fato de ele ter perdido a comissão que estava disputando. “É próprio de jovens, ele ficou sentido. Nós o convidamos para ser líder da oposição, mas ele insistiu nessa comissão que havia outros reivindicando”, afirmou. O tucano disse que o partido teve cuidado, justamente por ser o maior do bloco, para não parecer que queria abocanhar tudo e que para se chegar ao governo é preciso fazer concessões.
Auxílio
A Mesa Diretora da Assembleia deve se reunir nesta quinta-feira para discutir a regulamentação do auxílio-moradia, aprovado semana passada para todos os parlamentares, inclusive os que tenham casa em Belo Horizonte e na sua região metropolitana. A expectativa é pela definição do valor, que alguns dão como certo na Casa que vá passar de R$ 2.850 para R$ 4,3 mil.