Além de Riva, também foram denunciados sua mulher e ex-candidata ao governo nas últimas eleições, Janete Riva, servidores públicos e empresários.
De acordo com o Ministério Público, o esquema, ocorrido entre 2005 a 2009, envolvia fornecedores de papel e material de máquinas impressoras. Segundo os investigadores, em apenas um ano empresas de fachada venderam mais de 30 mil toners à Assembleia Legislativa de Mato Grosso que, na época, contava com apenas 150 impressoras. A quadrilha teria fraudado processos de compra para aquisição simulada de material de expediente, de consumo e artigos de informática.
Por meio de quebras de sigilo bancário e interceptações telefônicas autorizadas pelo Poder Judiciário, os investigadores descobriram que aproximadamente 80% do dinheiro desviado foram sacados no caixa e repassados ao ex-deputado, que era o primeiro secretário do Legislativo estadual. Na ocasião, o cargo de secretária de Patrimônio era ocupada por Janete Riva.
"O dinheiro desviado por intermédio do estratagema apresentado transitava nas contas bancárias das pessoas jurídicas 'fornecedoras' do material apenas para ocultar o seu retorno para as mãos de José Geraldo Riva. Tanto é que 80% do montante depositado pelo Poder Público nas contas das empresas sob escusa de pagamento por produtos e serviços supostamente executados/entregados, foi sacado na boca do caixa", diz um trecho da denúncia.
Conforme a denúncia, José Geraldo Riva responderá pelos crimes de formação de quadrilha e por 26 peculatos, quando funcionário público se aproveita do cargo para desviar recursos.
Essa foi a segunda prisão de Riva. Em maio do ano passado, ele foi preso pela Polícia Federal durante a quinta fase da operação Ararath, por suposto envolvimento em esquema de lavagem de dinheiro.
O ex-parlamentar teve 20 anos de mandatos consecutivos. Em 2014, tentou se candidatar ao governo do Estado, mas foi impedido pela Lei da Ficha Limpa por ter condenação em colegiado. Lançou então sua esposa ao cargo, que ficou em terceiro lugar..