Ex-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, o ex-deputado José Riva, preso no sábado, sob acusação de ter desviado mais de R$ 60 milhões com supostas compras em papelarias, deve ser transferido nesta segunda-feira, à tarde, para a Delegacia de Polícia Interestadual (Polinter). Ele responde a mais de 100 ações na Justiça por corrupção e improbidade. O ex-parlamentar foi levado para o Centro de Custódia após ser preso pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e de Investigações Criminais (Gaeco), braço do Ministério Público.
Além de Riva, também foram denunciados sua mulher e ex-candidata ao governo nas últimas eleições, Janete Riva, servidores públicos e empresários.
Por meio de quebras de sigilo bancário e interceptações telefônicas autorizadas pelo Poder Judiciário, os investigadores descobriram que aproximadamente 80% do dinheiro desviado foram sacados no caixa e repassados ao ex-deputado, que era o primeiro secretário do Legislativo estadual. Na ocasião, o cargo de secretária de Patrimônio era ocupada por Janete Riva.
"O dinheiro desviado por intermédio do estratagema apresentado transitava nas contas bancárias das pessoas jurídicas 'fornecedoras' do material apenas para ocultar o seu retorno para as mãos de José Geraldo Riva. Tanto é que 80% do montante depositado pelo Poder Público nas contas das empresas sob escusa de pagamento por produtos e serviços supostamente executados/entregados, foi sacado na boca do caixa", diz um trecho da denúncia.
Conforme a denúncia, José Geraldo Riva responderá pelos crimes de formação de quadrilha e por 26 peculatos, quando funcionário público se aproveita do cargo para desviar recursos.
Essa foi a segunda prisão de Riva. Em maio do ano passado, ele foi preso pela Polícia Federal durante a quinta fase da operação Ararath, por suposto envolvimento em esquema de lavagem de dinheiro. Ele passou três dias no Complexo da Papuda, em Brasília, e depois foi solto por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Em fevereiro, ele deixou a Assembleia Legislativa.
O ex-parlamentar teve 20 anos de mandatos consecutivos. Em 2014, tentou se candidatar ao governo do Estado, mas foi impedido pela Lei da Ficha Limpa por ter condenação em colegiado. Lançou então sua esposa ao cargo, que ficou em terceiro lugar.