Acusado em delação premiada ao Ministério Público do Rio Grande do Norte de ter cobrado propina de um empresário do Estado, o senador potiguar José Agripino, presidente nacional do DEM, diz que a denúncia foi feita para "dividir as atenções" da Operação Lava-Jato com a oposição. "Esse assunto é requentado e surgiu agora para prejudicar a oposição. Trata-se de uma bela oportunidade para o governo dividir as atenções da opinião pública", disse o parlamentar.
Em reportagem exibida neste domingo, no programa Fantástico, da TV Globo, o empresário George Olímpio acusou Maia de cobrar cerca de R$ 1 milhão para permitir um esquema de corrupção no serviço de inspeção veicular investigado pela Operação Sinal Fechado do Ministério Público Estadual, em 2011.
Segundo o senador, que coordenou a campanha presidencial do tucano Aécio Neves em 2014, o autor da denúncia registrou um documento num cartório de Natal no qual afirma nunca ter dado dinheiro a ele. "Acho estranhíssimo e fiquei perplexo", disse Agripino. "Ele desmentiu cabalmente em um cartório a delação de um sócio (que pela primeira vez envolveu Agripino no caso). Vale uma investigação para apurar essa mudança de comportamento", afirma o presidente do DEM.
O senador lembrou, ainda, que em outubro de 2012 o então procurador-geral da República, Roberto Gurgel, arquivou o caso por "inexistência de indícios mínimos". Agripino conta que recebeu a solidariedade "completa" dos principais líderes da oposição, entre eles Aécio, presidente nacional do PSDB. O dirigente do DEM fará nesta terça-feira, 24, um pronunciamento no Senado para se defender. O depoimento que envolve Agripino foi enviado à Procuradoria-Geral da República, já que o senador tem direito a foro privilegiado.