A indignação do ex-diretor - apontado pela força-tarefa da Operação Lava Jato como homem-forte do PT no esquema de corrupção na Petrobras - ocorreu após ele ser comunicado pelos agentes, já dentro de sua casa, que seria levado para a carceragem da PF em Curitiba, base da investigação.
Duque seria o diretor responsável pela arrecadação de 2% de propina em todos os contratos das demais diretorias da Petrobras.
O ex-gerente de Engenharia Pedro Barusco, que era braço-direito de Duque, afirmou em sua delação premiada que o tesoureiro do PT, João Vaccari, arrecadou "até US$ 200 milhões" para o partido, via Diretoria de Serviços.
Naquele 14 de novembro, a PF deflagrou a sétima fase da Lava Jato, batizada de Juízo Final, que tinha como principal alvo o braço empresarial do esquema. Eram 7h, quando os policiais encerraram as buscas dentro da residência de Duque. Ele liga para o advogado, que o questiona. "É busca e apreensão só? Não tem mandando de condução coercitiva, nem prisão?"
Depois de consultar o delegado que comandava a operação, Duque responde ao advogado: "Tem mandado de prisão temporária".
Ao ouvir do delegado que seu destino é a custódia da PF no Paraná, Duque reclama com o advogado, ao telefone: "O que é isso, cara?, que País é esse?".
O advogado o orienta a manter "a calma" e diz que prisão temporária "não tem maldade". Duque tem reiterado que não tem qualquer relação com o esquema denunciado pela Lava Jato. Ele foi solto por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF)..