Brasília - Alvo de duras críticas de líderes peemedebistas, o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Pepe Vargas, fez nesta quarta-feira, 25, uma "mea-culpa" na relação com o partido, mas negou que a articulação política do governo seja capenga e que a distribuição de cargos no segundo escalão tenha sido uma demanda apresentada pela sigla.
Nessa terça-feira, 24, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), reclamou que a coalizão do governo da presidente Dilma Rousseff está "capenga".
"Não diria que (a coalizão) está capenga. Sempre precisa haver mais debate, mais conversa, mas eu não classificaria como capenga. Acho que é um momento de aperfeiçoamento. E o momento é agora, que é o início de um novo governo. É hora certa de os partidos dizerem aquilo que querem dizer, no sentido de ser mais participantes", disse Pepe Vargas a jornalistas.
"Eu acho que a gente tem que eventualmente até fazer uma mea-culpa, se o PMDB está se sentindo efetivamente assim (distante da tomada de decisões), tomar as medidas para que ele possa se sentir mais integrado às definições dessas questões. Encaramos isso com a mais absoluta normalidade e como uma tentativa de o PMDB contribuir mais ainda do que ele está contribuindo."
Segundo escalão
Questionado se a distribuição de cargos no segundo escalão poderia ser uma forma de acalmar os ânimos da base aliada, Pepe Vargas disse que o "PMDB está dizendo não é que quer cargo, é que ele quer participar do debate".
"Não trabalharia por esse viés. Ninguém aqui tá dizendo que precisa de cargo para apoiar o governo, e sim dizendo: 'nós queremos ter mais oportunidade de dialogar, de debater as decisões do governo'", comentou o ministro. "O vice (Michel Temer) dialoga permanente com a presidente Dilma Rousseff. O que o PMDB está colocando é que ele quer participar mais."