O encontro ocorreu em um momento em que os acordos de leniência regidos pela lei são alvo de polêmica entre autoridades envolvidas com a Operação Lava Jato.
De acordo com o procurador Júlio Marcelo de Oliveira, vice-presidente da Associação Nacional do MP de Contas, o encontro com a Ajufe faz parte de um esforço para reunir pessoas qualificadas e capazes de participar da elaboração da regulamentação da lei - que deve ser feita por decreto do Poder Executivo. "Os acordos de leniência têm como consequência uma interferência do Poder Executivo em questões jurídicas", afirma Oliveira.
O presidente da Ajufe, o juiz federal Antonio César Bochenek, afirma que sua categoria ainda vai discutir como se posicionar sobre a questão, mas que é preciso analisar se existe mesmo interferência do Executivo no Judiciário com os acordos da CGU. "Ainda não se pode dizer se somos contra ou se somos a favor . Vamos analisar essa possibilidade. O grande imbróglio é que há uma questão já na Justiça, um processo judicial já em curso, e aí vem a participação da CGU. Até que ponto isso interfere ou não no Poder Judiciário", afirma o juiz.
Participaram da reunião, além de Oliveira e de Bochenek, representantes dos sindicatos dos auditores de controle externo do TCU, dos auditores dos tribunais de contas do Brasil e da Associação Contas Abertas, instituição da sociedade civil que se dedica a analisar a execução do orçamento público..