A aprovação do aúxílio-moradia para os deputados ainda rende insatisfação entre a população. Nesta quinta-feira, cerca de 200 manifestantes – de ocupações populares ameaçadas de despejo -, ocuparam as galerias do plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais e exigem a extensão a eles do benefício dos deputados, promotores e juízes. Eles também pedem a criação de uma comissão na Casa para discutir a situação das ocupações. Os parlamentares que se preparavam para continuar com a discussão da reforma administrativa, proposta pelo governo do estado, não deram quórum e a sessão foi encerrada, sob gritos e vaias.
“Os privilégios dos deputados, juízes e promotores roubam a dignidade de nossas famílias”, sustenta Lacerda Santos, do movimento Luta Popular. De acordo com os manifestantes – que protestam contra as regalias dos deputados -, a intenção é só deixar o espaço após solução para os despejos de ocupações na região metropolitana. Os responsáveis pelo protesto reivindicam a criação de uma comissão para atender as reinvidicações e discutir as moradias populares.
Apesar da proposta inicial, no final da tarde, após cerca de treês horas de protesto, os militantes deixaram o local com a promessa de que as negociações serão retomadas com o governo do estado. As lideranças do movimento ainda prometem pressionar os deputados para realizar audiência pública para debater a situação das ocupações.
Ainda durante o protesto, que recebeu o apoio de outro grupo que caminhou da Praça Raul Soares até a Assembleia, os militantes espalharam fotos dos deputados pelo hall da Assembleia. Em cartazes, eles criticam a decisão dos deputados de reeditar o benefício que já havia sido suspenso anteriormente. “Meça seu auxílio-moradia, parça”, diz uma das peças. Em outro eles ironizam: “auxílio é para quem precisa”.
As deputadas Geiza Teixeira, Cristina Corrêa e Marília Campos, ambas do PT, conversaram com os manifestantes. Logo após a conversa, Marília apresentou um requerimento à Mesa da Casa solicitando a realização de uma audiência pública para discutir a situação das comunidades despejadas.
No dia 10 deste mês o plenário da Assembleia Legislativa aprovou a volta do auxílio-moradia para todos os parlamentares. A medida recebeu 36 votos favoráveis e 22 contrários. A ajuda de custo para “morar” perto do trabalho – de R$ 2.850 -, se soma ao salário de R$ 25.322,25, fazendo os contracheques chegarem a R$ 28.172,25. Além do retorno do subsídio, os deputados aprovaram emendas que vinculam o auxílio-moradia dos parlamentares ao dos juízes, assim podendo chegar a R$ 4.337,00 o valor da verba.
Veja vídeos: