Nos últimos anos, os contingenciamentos determinados pelo Palácio do Planalto atingiram praticamente todos os ministérios, mas o principal programa de investimentos públicos jamais tinha sido alvo de cortes ou adiamentos. Apelidada “mãe do PAC” quando era ministra da Casa Civil no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a presidente Dilma Rousseff (PT) apontava como prioritárias, até agora, as obras incluídas no programa.
Entre as principais obras previstas para Minas incluídas no programa estão a duplicação da BR-381, no trecho entre a capital mineira e Governador Valadares, com valores estimados em R$ 2,5 bilhões, e a ampliação do metrô de Belo Horizonte, com a construção de duas novas linhas, avaliada em R$ 3 bilhões. A duplicação da chamada Rodovia da Morte começou no ano passado, mas desde o fim do ano passado as empresas responsáveis pelas obras reclamam de atrasos nos pagamentos. Até o final de março, o número de operários na via permanecerá reduzido, segundo as empresas, por causa do período chuvoso. De acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), até agora foram executadas cerca de 8% das obras.
Já o processo de ampliação do metrô de BH está completamente parado e, segundo o Ministério das Cidades e a Secretaria de Estado de Transporte e Obras Públicas (Setop), não há previsão para o início das obras. “A atual administração ressalta que solucionar as pendências que envolvem o projeto do metrô de BH, deixadas pela gestão anterior, é uma das prioridades do governo do estado na área do transporte”, informou a Setop, por meio de nota .
Entre as 1.382 obras incluídas no PAC para Minas, 965 preveem construções de creches, UPAs e quadras esportivas; 347 são ações de melhorias no saneamento básico e melhorias na infraestrutura turísticas; 50 integram o programa Água e Luz para Todos; seis são do Minha Casa Minha Vida; quatro na infraestrutura energética; e 10 para o setor do transporte.
A decisão inédita do governo federal de reduzir os gastos no PAC incomoda até mesmo lideranças petistas, que sempre apontaram o programa como carro chefe para os investimentos em infraestrutura. “Ainda não sabemos quais setores serão os mais afetados com essa medida. Pode ser a ampliação do metrô, a duplicação da 381 ou obras em aeroportos regionais. Segundo dados do governo, 65% das obras do PAC em Minas estão em processo de construção. Para quem conhece o ritmo do serviço público, esse índice é significativo. A que está mais atrasada é a duplicação da 381, que começou por último. A redução no PAC vai repercutir negativamente? Vai. Vai significar atrasos? Vai.