Na sessão que teve quórum final de 65 deputados, 47 votaram em Lira, que era candidato único. Os nomes dos deputados Esperidião Amin (PP-SC) e o líder da sigla, Eduardo da Fonte (PE), chegaram a ser cogitados para a função, mas não prosperaram. "Amin é um cara que mobilizaria, que aproximaria o Parlamento da sociedade. As atitudes do Parlamento só nos distancia da sociedade", concluiu um deputado de outro partido, que trabalhou até a manhã desta quarta-feira, 4, para garantir a candidatura do catarinense. Como o PP terá o comando da CCJ por dois anos, Amin poderá ser indicado para presidi-la em 2016.
O desconforto de parte dos parlamentares se deve ao possível envolvimento de Lira nas investigações sobre o esquema de corrupção na Petrobras. Os deputados avaliam que a promessa do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de oferecer a CCJ a Lira - que foi um de seus apoiadores na campanha pela presidência da Câmara - depõe contra o Parlamento. "A sociedade vai achar que aqui é um poço de lama", comentou um deputado.
Aos jornalistas, Lira disse esperar que seu nome não seja incluído na lista da Procuradoria-Geral da República (PGR) e que não há nenhum impeditivo à sua eleição.
O novo presidente da CCJ afirmou que agirá com isenção e que colocará em votação, "doa a quem doer", eventuais recursos do Conselho de Ética de possíveis envolvidos na Lava Jato. "Quem vota é o plenário, não é o presidente", respondeu.
O deputado também é acusado de agredir a ex-mulher. Ele nega e se diz vítima da ação de adversários políticos de Alagoas. "Não vou ser o primeiro e nem o último a ter problema conjugal", afirmou.
Outras comissões
Nesta manhã, outras 15 comissões temáticas foram instaladas além da CCJ. Na Comissão de Agricultura, foi confirmado o deputado Irajá Abreu (PSD-TO) no comando do colegiado. Irajá, que é filho da ministra da Agricultura, Kátia Abreu (PMDB-TO), recebeu 46 votos - quatro deputados votaram em branco.
Tomou posse na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle o petista Vicente Cândido (SP), que presidiu a CCJ até o ano passado. Cândido foi eleito com 14 votos - um em branco. A Comissão de Relações Exteriores será presidida por Jô Moraes (PCdoB-MG)..