Em meio à crise política que assola o Congresso e às vésperas da divulgação da lista dos nomes de políticos envolvidos na Operação Lava Jato, a presidente Dilma Rousseff chamou o vice-presidente Michel Temer para uma conversa, em seu gabinete, no terceiro andar no Planalto. Dilma queria ouvir de Temer como estava o PMDB depois do gesto inesperado do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ontem, que devolveu a MP das desonerações ao Planalto, sinalizando que o governo enfrentará problemas para aprovar o ajuste.
A conversa durou cerca de 45 minutos e os dois falaram sobre o cenário. Apesar dos problemas do PMDB com o governo, a sinalização é de que os dois continuam caminhando juntos e tentando construir o caminho para manter a governabilidade.
Paralelamente ao encontro de Dilma com Temer, os ministros da casa Civil, Aloizio Mercadante, e da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Pepe Vargas, fizeram novas pontes com Congresso. Mercadante conversou com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e Pepe com Renan Calheiros, agora, no final da tarde, no Senado.
Pepe Vargas disse que Renan falou de suas preocupações e disse que "ele é o presidente do Senado e quer preservar independência do Senado, que acha importante manter e acha que, para pactuar melhor com o PMDB, tem de ser mais ouvido em torno de alguns ações que o governo adota". Segundo Pepe, Renan disse que "é preciso construir condições para desobstruir as pautas". Não há previsão de um encontro ainda entre Dilma e Renan..