A carta foi remetida aos membros do MP um dia depois de Janot ter enviado ao Supremo o pedido de 28 aberturas de inquérito contra 54 investigados, e sete pedidos de arquivamento. "Afastei, desde logo, qualquer outro caminho, ainda que parecesse fácil ou sedutor, de modo que busquei incessantemente pautar minha conduta com o norte inafastável das missões constitucionais do Ministério Público brasileiro", escreveu o procurador.
Na carta, o procurador exaltou o trabalho do Ministério Público e disse que é preciso que os membros do órgão estejam "unidos" e "fortes". Janot disse ainda que o trabalho feito pelo Ministério Público Federal será "submetido aos mais duros testes de coerência" assim que o ministro relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, retirar o sigilo dos pedidos de inquérito e de arquivamento enviados apresentados pela PGR.
O jornal O Estado de S.Paulo apurou que houve uma intensa negociação entre PGR e o Supremo para que Zavascki dê publicidade aos fatos apurados pelo Ministério Público. O relator do caso do Supremo tem perfil discreto e, até o momento, tem seguido à risca a manutenção das peças ligadas à Lava-Jato. Contudo, a expectativa é de que Zavascki concorde em retirar o sigilo de tudo o que não comprometer o andamento das investigações e que até esta sexta-feira, 6, haja divulgação do material que foi enviado ao Supremo pela PGR.
Por fim, Janot disse confiar no momento "singular do País" e do Ministério Público. "(Que) cada um dos meus colegas tenha a certeza de que realizei meu trabalho em direção aos fatos investigados, independentemente dos envolvidos, dos seus matizes partidários ou dos cargos públicos que ocupam ou ocuparam". Escreveu..